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Por Fred Sabino — Rio de Janeiro


Este dia 20 de setembro marca o 45º aniversário do colombiano Juan Pablo Montoya, um dos pilotos mais marcantes da Fórmula 1 nos anos 2000. Montoya competiu pelas equipes Williams e McLaren e disputou apenas seis temporadas. Foram sete vitórias, mas, dado o talento natural de Montoya, ficou a sensação de que ele poderia ter ido muito mais longe.

Juan Pablo Montoya comemora a vitória no GP da Alemanha de 2003 — Foto: Getty Images

Montoya estreou na F1 em 2001, pela Williams, disputou o título de 2003, mas desperdiçou oportunidades e deixou a categoria em 2006 após um desempenho decepcionante na McLaren. De possível desafiante de Michael Schumacher a dispensável. Assim foi a trajetória de Juan Pablo Montoya na principal categoria do automobilismo. Uma pena, porque o talento do colombiano era inquestionável.

Chegou chegando

Schumacher é ultrapassado por Montoya no "S" do Senna em 2001 — Foto: Getty Images

Logo na sua terceira corrida na F1, no Brasil, Montoya não tomou conhecimento de Michael Schumacher e assumiu a liderança da prova com uma ultrapassagem sensacional no "S" do Senna. Depois, liderou a corrida de forma convincente até ser atropelado pelo trapalhão retardatário Jos Verstpapen (o pai de Max)... Naquele 1º de abril de 2001, muitos pensaram que havia aparecido aquele que destronaria Schumacher na F1. E não era mentira...

Primeira vitória

Barrichello, Montoya e Ralf no pódio do GP da Itália de 2001 — Foto: Getty Images

Ainda em 2001, Montoya bateu na trave em outras corridas, mas a primeira vitória veio na corrida da Itália. O colombiano fez a pole e liderou no começo, mas acabou ultrapassado por Rubens Barrichello, que tinha uma estratégia de um pit stop a mais e tinha menos combustível no carro. O brasileiro seria uma ameaça à vitória de Montoya, mas um mau pit stop da Ferrari fez com que Rubinho perdesse segundos preciosos, e o colombiano partiu para a vitória.

Às turras com Ralf...

Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya se chocaram no GP dos EUA de 2002 — Foto: Getty Images

Nos seus primeiros anos de F1, Montoya teve como companheiro de equipe na Williams o alemão Ralf Schumacher. Os dois nunca se bicaram, e ninguém escondia isso. Mas teve um episódio no qual ficou clara a falta de sintonia entre os dois: em Indianápolis, em 2002, Montoya partiu para cima de Ralf, que não queria ceder o terceiro lugar; como resultado, os dois se tocaram e perderam qualquer chance de atacar as Ferraris de Michael Schumacher e Rubens Barrichello.

Diante da realeza

Juan Pablo Montoya comemora vitória no GP de Mônaco de 2003 — Foto: Getty Images

A temporada de 2003 foi a melhor de Montoya na F1. A Williams era competitiva na disputa com Ferrari e McLaren, e o colombiano conquistou sua vitória mais marcante no GP de Mônaco, resistindo à pressão de Kimi Raikkonen e Michael Schumacher. Era o fim de um jejum de 20 anos sem vitórias da Williams em Monte Carlo. E nunca mais o time venceria nas ruas do Principado...

Erro decisivo

Montoya e Barrichello se chocaram no GP dos Estados Unidos de 2003 — Foto: Getty Images

Montoya disputou palmo a palmo o campeonato de 2003 com Schumacher e Raikkonen até o fim. Mas no GP dos Estados Unidos, o colombiano colocou tudo a perder ao causar uma colisão com Rubens Barrichello. Punido pelo toque, Montoya teve de pagar a penalidade exatamente quando começava a chover. Como não poderia fazer a troca de pneus no momento em que pagava a pena, o colombiano teve de dar uma volta com pneus para pista seca num asfalto molhado. Com isso, Montoya caiu na classificação da prova, e o sexto lugar não foi suficiente para mantê-lo na disputa pelo campeonato na prova final, no Japão.

Recorde de velocidade média

Juan Pablo Montoya ataca a zebra em Monza, em 2004 — Foto: Getty Images

Em 2004, a Williams não foi tão competitiva como nos anos anteriores, mas Montoya teve alguns momentos de brilho. Um deles foi em Monza, onde, na pré-classificação, estabeleceu um novo recorde de velocidade média numa volta cronometrada: 262 km/h. A marca só seria batida em 2018, por Kimi Raikkonen, e em 2020, por Lewis Hamilton.

Saideira no topo

Montoya à frente de Raikkonen no GP do Brasil de 2004 — Foto: Getty Images

Já assinado com a McLaren, Montoya se despediu da Williams em grande estilo, no GP do Brasil de 2004. Ao superar o futuro companheiro de equipe Kimi Raikkonen na saída dos boxes, o colombiano assumiu a liderança e resistiu às tentativas de o finlandês contra-golpear. Foi a penúltima vitória da Williams na F1 - o time só venceria mais uma prova, com Pastor Maldonado, na Espanha, em 2012.

Canto do cisne

Raikkonen, Montoya e Alonso no pódio de Interlagos em 2005 — Foto: Getty Images

A temporada de 2005 foi decepcionante para Juan Pablo Montoya. Primeiro, uma lesão no ombro num jogo de tênis (dizem as más línguas que foi num tombo de moto...) afastou o colombiano de duas corridas. Depois, as constantes derrotas para Kimi Raikkonen afetaram a confiança de Montoya. Ainda assim, o colombiano venceu três corridas, a última delas em Interlagos, após levar a melhor num duelo com... Raikkonen. Juan Pablo ainda não sabia, mas aquela seria sua última vitória na Fórmula 1.

Porta dos fundos

Em 2006, Raikkonen abandonou em Indianápolis após acidente causado por Montoya — Foto: Getty Images

Montoya voltou a ser superado por Raikkonen no duelo interno da McLaren na primeira parte da temporada de 2006. Foram apenas dois pódios, com um terceiro e um segundo lugares, e vários pontos desperdiçados por erros. Em Indianápolis, o colombiano causou uma colisão após a largada e eliminou, além dele, Kimi. Imediatamente, Montoya anunciou sua saída da McLaren para correr na Nascar, nos Estados Unidos. Com apenas 30 anos de idade, o colombiano deixou a F1 pela porta dos fundos para nunca mais voltar.

— Foto: Infoesporte

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