Talentoso, focado e duro na queda quando necessário. As características são distintas, mas juntas fizeram de Murilo um dos maiores zagueiros da história do Tupi. O ídolo carijó, que morreu nesta terça-feira em Juiz de Fora aos 80 anos de idade, parte mas deixa um legado que ficará sempre na galeria de glórias do Alvinegro.
Mais do que o rótulo de zagueiro do time conhecido como Fantasma do Mineirão, que venceu Atlético-MG, Cruzeiro e América-MG no Gigante da Pampulha e enfrentou a seleção brasileira de Pelé na preparação para a Copa do Mundo em 1966, Murilão, como era conhecido, se destacava pelo estilo de jogo e pela identificação com o Alvinegro.
De acordo com dados do professor e historiador Leonardo Lima, Murilo fez 244 partidas pelo Alvinegro. O jogador é o sétimo que mais vestiu a camisa carijó na história do clube de Santa Terezinha.
Ao todo, o jogador conquistou seis títulos pelo Galo, em uma época que a equipe não disputava o Campeonato Mineiro. O Tupi e as equipes da Zona da Mata não disputaram o Estadual entre 1934 e 1968.
A retomada do Carijó no Mineiro aconteceu em 1969, justamente uma das melhores temporadas de Murilo no Tupi. Pelo meos é o que destaca a publicação da revista "O Índio", período feito pelo próprio clube.
Segundo o perfil, Murilo “foi apontado em várias oportunidades como uma das grandes figuras do futebol mineiro”, com “tôdas (linguagem da época) natas de bom zagueiro”.
A revista também retrata como Murilo era completo, com qualidade na saída de bola, mas também com pegada forte nos momentos certos.
“Murilo é clássico, na maioria das jogadas, mas joga futebol viril também, quando se faz necessário. Como se diz na gíria, ‘não leva para casa’, como todo bom zagueiro que se preza. O forte de Murilo é sair jogando de sua área com aquela categoria extraordinária que Deus lhe deu”.
Ainda de acordo com a publicação, clubes do Rio de Janeiro e Belo Horizonte tiveram interesse em Murilo, que chegou a ser levado por um olheiro. No entanto, não houve acordo e o defensor permaneceu em Juiz de Fora, no Carijó, onde jogou entre 1958 e 1971, entre base e profissional.
Murilo, que também passou por Maringá e Corinthians de Presidente Prudente, faleceu aos 80 anos na terça-feira e foi sepultado no Cemitério Municipal.
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