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Por Winne Fernandes — Buenos Aires

Divulgação

A pergunta se repete em Buenos Aires: "Como comprar a mascote dos Jogos Olímpicos da Juventude, Pandi?" A resposta é um tanto frustrante para quem procurar a pelúcia do jaguar, animal típico do norte da Argentina: não. Não está à venda nem estará na competição, que segue até a próxima quinta-feira. O motivo foi um erro da empresa que importou as mascotes.

Nas lojas oficiais, que vendem produtos relacionados aos Jogos Olímpicos da Juventude, etiquetas indicam o preço de Pandi a 1.500 pesos (cerca de R$ 150). Só que ele jamais apareceu por lá. Essa lojas ficam nas arenas nos locais de competição.

Nas lojas oficiais, só tem Pandi em outros produtos: pins, camisestas, toalhas e nada de pelúcia — Foto: Winne Fernandes

No início dos Jogos, vendedores diziam que as peças ainda chegariam. O comitê organizador chegou a declarar, em nota:

- Para nós, as medalhas e as mascotes se ganham no campo de jogo. Por isso que fizemos somente para os atletas.

Apenas para atletas

A razão foi revelada. A empresa importadora das mascotes descumpriu exigências da alfândega argentina, e 370 quilos da mercadoria foram apreendidos. Para resolver a situação, chegou-se ao acordo de que as mascotes não seriam vendidas, e sim apenas serviriam como presentes aos atletas nas cerimônias de premiação, distribuídos no pódio com as medalhas.

Micaela foi voluntária no tiro esporte e não conseguiu comprar mascote: jeito foi adquirir pins — Foto: Winne Fernandes

A companhia que importou as peças tentou a entrada das mercadorias como outros produtos fora da lista de brinquedos, que têm exigências específicas para liberação. A Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP) brecou.

- A forma como se pretendeu importar não cumpria com as exigências de segurança de brinquedos. Não foi algo ilegal. Foi um erro de regime, de forma de importação. E a única maneira que tivemos de liberar o produto foi classificá-lo de como proibido para venda por falta dos selos necessários - explicou a AFIP em nota.

Mascotes são um dos produtos mais disputados pelas pessoas que acompanham competições olímpicas. Geralmente, custam caro mas são acessíveis ao público. Menos em Buenos Aires 2018. A decisão de vender mascotes é do comitê organizador dos Jogos. Se não existe a opção de comprar o Pandi em pelúcia, os fãs podem adquirir outros produtos com a marca da mascote: são pins, adesivos e camisetas, por exemplo.

- Trabalhei vários dias como voluntária no tiro esportivo. Hoje vim comprar algumas recordações e vi que não tinha o mascote. Sinceramente, não sei por qual motivo falaram para as pessoas que os mascotes chegariam em algum momento. Até agora não vi para vender. Mesmo assim, saio feliz com o que comprei - disse Micaela Arrieta, 27 anos, que estava vestida com uma camisa brasileira mas é argentina.

Lucila, ao centro, foi assistir à competição com uma amiga e a família dela: mão vazias de mascote — Foto: Winne Fernandes

- O panda é muito lindo, já batemos uma foto com ele e queríamos muito levar um de pelúcia para a casa. Mas, nos falaram que só quem ganha medalha pode ter um. Estamos levando bonés para a casa - contou Lucila Cauteruccio, 13 anos, que acompanhou o atletismo nesta segunda-feira.

Pandi é um jaguar, animal em extinção. Em Buenos Aires, o jeito foi ver apenas a distância.

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