Artilharia, lesões, críticas e negociação para rescisão: como foi o ano de Giuliano no Santos

Meia de 34 chegou para ser o responsável por comandar o meio de campo do Peixe em ano de reconstrução após queda

Por Redação do ge — Santos, SP


Três ex-jogadores do Santos relembram o título do Brasileirão conquistado há 20 anos

O meia Giuliano está perto de deixar o Santos. Clube e atleta estão conversando e caminhando para um acordo para rescisão contratual, um ano depois da chegada ao clube com status de um dos principais reforços para a temporada.

Giuliano chegou ao clube para ser o responsável por comandar o meio de campo do Peixe em um ano de reconstrução. O jogador viveu bons e chegou até cogitar a se aposentar no Peixe, mas, ao término da Série B, pediu para rescindir o vínculo - o contrato é válido até dezembro de 2024, com renovação automática por mais um ano em caso de acesso à Série A.

Giuliano antes de Santos x Novorizontino — Foto: Divulgação/Santos FC

No dia 23 de dezembro de 2023, o Santos acertou a contratação de Giuliano, que foi um dos primeiros a reforçar o clube depois da chegada de Fábio Carille. No ano, o meia chegou a vestir a tradicional camisa 10 alvinegra, enfrentou lesões, chegou a ser artilheiro da equipe e entrou em rota de colisão com a torcida após se posicionar sobre Miguelito, companheiro de time.

Na chegada ao Santos, Giuliano falou que era movido pelo desafio de recolocar o Santos na Série A do Campeonato Brasileiro e chegou com a expectativa de poder atuar mais próximo do ataque.

No Paulistão, o jogador vestiu a camisa 10, que deixou de ser utilizada após o início da Série B. mas fez apenas cinco jogos na campanha que terminou com o vice-campeonato estadual - ele sofreu lesão na terceira rodada e retornou apenas no mata-mata.

Giuliano observa imagem de Pelé no vestiário da Vila Belmiro — Foto: Raul Baretta/Santos

Durante a série B, Giuliano sofreu uma lesão no bíceps femoral da coxa direita na partida contra o Ceará, pela 14ª rodada. Ele ficou fora dos dois jogos seguintes e tentou retornar contra o Coritiba. Entretanto, o retorno durou apenas 26 minutos. A nova lesão muscular, agora na região posterior da coxa direita, deixou o meia ausente de mais cinco jogos.

Apesar dos problemas físicos, Giuliano disputou 36 das 54 partidas do Santos na temporada, uma participação de 66% dos jogos em 2024. E quando esteve em campo, o meia demonstrou a importância dele para o esquema tático do técnico Fábio Carille: foram 12 gols, o que garantiu a vice-artilharia do time no ano - somente atrás de Guilherme, com 13 -, e três assistências.

Com 1 min do 1º tempo - Gol do Santos! Giuliano acerta um lindo chute e abre o placar

– Tenho o projeto de ficar aqui ano que vem. Se Deus quiser, subindo o Santos, a intenção é de permanência. Sei que ano que vem vou estar jogando, talvez o último ano, há essa possibilidade, sim. Eu vim para cá com o objetivo claro de devolver o Santos à primeira divisão. E me sinto orgulhoso. Foi um momento em que poucos queriam estar aqui. Em termos de carreira, não fazia nem sentido. Mas eu entendi que era aqui meu propósito. Ficar marcado na história do clube e continuar – disse.

Entretanto, o jogador acabou se envolvendo em uma polêmica após declarações referentes a um companheiro de clube. Giuliano buscou apoiar Fábio Carille em meio a cobranças para maior utilização do meia Miguelito, jovem promessa do Peixe. O veterano chegou a colocar em xeque a intensidade apresentada pelo jovem nos treinos.

– Eu o peguei pouco nos treinos, mas é um jovem de muito talento, perna esquerda excepcional. Falta um pouquinho de intensidade, uma questão mental, de preparação. O que ele faz na Bolívia e no sub-20 não consegue fazer nos treinamentos. Quem escolhe é o treinador, mas nós como jogadores temos de ser realistas e falar a verdade – resumiu o meia.

GE Santos repercute fala de Giuliano sobre Miguelito

A declaração repercutiu mal entre os torcedores, e Giuliano passou a ser alvo de vaias em diversos momentos na reta final da temporada. Nas redes sociais, a torcida apontava questionamentos sobre a intensidade apresentada pelo meia nos jogos. O próprio Carille se posicionou em defesa do veterano.

– Estamos com muita dificuldade para entender o que vocês (imprensa) querem. Se é um cara que senta aqui, é político e fica em cima do muro. Ou se é um cara que vem, se expressa e coloca os pensamentos. Quando fala é criticado? Temos muita dificuldade para entender para que lado vai. Vamos falar o que pensa ou ficar em cima do muro? Giuliano é um cara que ajuda os jovens demais – disse o técnico.

O mal-estar com parte da torcida e a saída de Fábio Carille, demitido após a conquista do título da Série B, causaram também uma mudança na postura de Giuliano, que pediu para deixar o Santos no fim de novembro. Ele negocia a rescisão de contrato e não vai permanecer no clube em 2025.