Mudança de casa, sequência de derrotas e crise: Angra dos Reis pode cair pela segunda vez em menos de quatro meses

Com histórico de salários atrasados, rebaixamento com perda de pontos na Justiça, excessivas trocas de técnicos e mudança de sede para cidade a mais de 170 km de distância de Angra, clube acumula fracassos e polêmicas

Por Redação do ge — Angra dos Reis, Rj


Angra dos Reis e Artsul empatam pela Série A2 do Carioca — Foto: Anderson Mendes

A crise no Angra dos Reis parece não ter fim. Depois de iniciar o ano jogando a Série A2, a segunda divisão carioca, o clube tem chances de terminar a temporada rebaixado para a Série B2, a quarta divisão do Rio.

No primeiro semestre, o Tubarão começou o ano com resultados positivos e chegou a lutar por uma vaga nas semifinais do primeiro turno da Segundona, que concede ao campeão o acesso para a elite do futebol do rio.

As coisas começaram a desandar quando os relatos sobre salários atrasados e turbulência nos bastidores vieram a público. A partir daí, a bola de neve começou a crescer e refletiu no desempenho em campo.

Se o clube começou brigando por objetivos grandes, terminou rebaixado, com o agravante de pontos perdidos na Justiça por escalação irregular, em julho.

Da A2 para a B1, o Angra dos Reis reformulou o elenco, mudou o técnico e até mesmo de casa, passando a jogar e treinar no estádio Leônidas da Silva, em Bonsucesso, no Rio.

A equipe não mandou nenhum jogo no estádio Jair Toscano, onde tradicionalmente atua. São mais de 170 km de distância entre Angra dos Reis e Bonsucesso.

Procurado pelo ge, o presidente Marcos Aurélio de Oliveira informou que o clube não encontrou recursos para continuar em Angra dos Reis.

"A nova empresa que faz a gestão encontrou condições mais favorável para seguir com o futebol em Bonsucesso. O clube treina e joga no estádio Leônidas da Silva", explicou o mandatário.

Estádio Leônidas da Silva, em Bonsucesso, Rj, foi a casa do Angra dos Reis na Série B1 do Carioca 2022 — Foto: Reprodução Redes Sociais/Angra dos Reis EC

Excessivas trocas no comando

Quatro treinadores comandaram o time nesta temporada. Ainda na virada de turno da Série A2, o Angra fez a primeira mudança: Mário Junior deu lugar a Filipe Sudré, que permaneceu somente até o fim da competição.

Para o início da Série B1, Ricardo de Oliveira foi o escolhido para comandar a equipe. Depois das seis primeiras rodadas, ele foi demitido e Augusto, que estava inscrito como preparador de goleiros, assumiu por dois jogos interinamente.

Para os três jogos que restavam, a diretoria contratou Uira Marques com a missão de evitar o segundo rebaixamento no ano. O treinador estreou com derrota para o Duque de Caxias por 3 a 0.

Vai cair de novo?

Essa é a pergunta que domina as discussões dos torcedores em Angra dos Reis. Em menos de quatro meses, o clube pode ser rebaixado pela segunda vez.

Lanterna da Série B1, a Terceirona do Rio, o Tubarão pode ser rebaixado neste sábado com uma rodada de antecedência. O confronto decisivo é contra o Nova Cidade, às 15h, no Estádio Joaquim de Almeida Flores, em Nilópolis.

A campanha do time tem apenas uma vitória, um empate e sete derrotas, sendo seis delas consecutivas. Com 4 pontos, o Angra precisa vencer os dois jogos restantes e contar com tropeços dos adversários diretos — o primeiro time fora do Z-3 tem 8 pontos.

Classificação da Série B1 do Carioca após a nona rodada — Foto: Reprodução/FFERJ