O anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 foi recebido em meio à celebração pela conquista e o olhar sobre o futuro da modalidade. A principal competição do futebol mundial traz ao país não apenas a visibilidade ao esporte, mas a chance de melhorar as condições e avançar no desenvolvimento para as próximas gerações de jogadoras que sonham em viver da modalidade.
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Realidade esta que foi vivenciada pela Campeã do Sul-Americano sub-20 e sub-17 na seleção brasileira, Ana Grazyelle, mas que enxerga a vinda da competição para o país como forma de mudanças para o futebol de mulheres no Brasil.
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- O futebol feminino está evoluindo, está em uma crescente. Esse investimento vai ser muito bom porque o futebol feminino deve ser mais valorizado. A gente vê que tem clubes que no masculino que são muito bons, só que no feminino a gente não vê um investimento tão grande - afirma.
"A (Copa do Mundo no Brasil) é uma das portas para os clubes repensarem a questão do investimento. Eu estou com a expectativa muito alta e muito boa porque é no nosso país (e com jogos) no estado em que eu vim".
Nascida em Pernambuco e com passagem pelo Náutico em 2020, Grazy relembrou as dificuldades enfrentadas para praticar futebol no estado devido à falta de investimento por parte dos clubes. Atualmente, apenas o Sport e o Náutico atuam em competições nacionais, com as equipes nas séries A2 e A3 do Brasileiro.
- Eu já passei por isso e eu não via tanta estrutura. Aqui em Pernambuco, em si, não tem uma estrutura boa para o feminino. Eu já vi várias meninas que tinham muito talento percorrerem outros caminhos porque não estavam se sustentando. O futebol feminino é o nosso trabalho e se a gente não tem uma estrutura boa, se a gente não tem investimento, a gente acaba seguindo por outros caminhos. Infelizmente, pra ter uma crescente na minha carreira eu tive que sair de Pernambuco - afirmou.
Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027
Eliminado ainda na primeira fase da competição, o Náutico anunciou o investimento de R$ 1,5 milhão ao futebol feminino no mês de maio, após aprovação do projeto meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Desde 2020, ano em que Grazy fez a última passagem pelo clube, este é o primeiro plano voltado exclusivamente para a modalidade na equipe alvirrubra.
Inspirada na zagueira Tarciane da seleção brasileira e do Houston Dash, Grazy, que atua na Ferroviária desde 2021, agora constrói o seu caminho também defendendo as cores do Brasil, e busca se unir ao estado que contou com passagens de jogadoras que atuaram e ainda defendem a seleção. Entre elas, Tânia Maranhão, Aline Pellegrino, Bárbara, Ary Borges, Lorena, Bia Zaneratto e Fê Palermo.
"É uma coisa única. Você sonhar em estar em um ambiente e chega o seu momento, chega naquele momento tão esperado. Eu não tenho palavras suficientes para explicar o que eu sinto. Tanto na seleção sub-17, quanto na sub-20."