O mês é setembro. A Ilha do Retiro é o único estádio pernambucano que recebe partidas de futebol profissional. Só o Sport tem jogos com datas confirmadas. Um cenário preocupante, que ganhou repercussão negativa após as eliminações de Santa Cruz, Retrô e Náutico no Brasileiro.
O empate com o São Bernardo - que levou a eliminação na Série C - foi a última partida do Timbu na temporada, no dia 26 de agosto. Os próximos quatro meses serão de reformulação de elenco e planejamento da próxima temporada. Mesmo período do Retrô, eliminado da quarta divisão nas oitavas de final.
O Santa Cruz já acumula mais tempo sem entrar em campo desde a queda na Série D, em 23 de julho. Ao todo, serão cinco meses parado. Apesar de assombrosa dado o tamanho dos clubes, essa realidade passa longe de ser novidade no futebol de Pernambuco.
O ge fez um levantamento com equipes profissionais do estado e constatou que o tempo sem calendário pode chegar a 10 meses. A lista, obviamente, não inclui o Sport, que disputa a Série B do Brasileiro, e conta com times que também podem disputar Série A2 e Série A3. A FPF não promove competições profissionais além do Pernambucano.
Período sem jogos dos clubes de Pernambuco
Em atividade | 4 meses | 5 meses | 8 meses | 9 meses | 10 meses |
Sport | Náutico | Santa Cruz | Petrolina | Flamengo de Arcoverde | Pesqueira |
Retrô | Salgueiro | Decisão | Serrano | ||
Íbis | Central | 1º de Maio | Chã Grande | ||
Afogados | Maguary | Torres | Ypiranga | ||
Belo Jardim | Vera Cruz | Santa Fé | |||
Caruaru City | Vitória | América-PE | |||
Sete de Setembro | Jaguar | ||||
Atlético-PE | Cabense | ||||
Ipojuca | |||||
Ferroviário | |||||
Centro Limoeirense |
E depois do Pernambucano?
Após o encerramento da primeira fase do Pernambucano em abril, Central, Porto e Maguary finalizaram a participação na temporada. Petrolina e Salgueiro chegaram mais longe. Porém, as equipes não tiveram calendário nacional. A Fera Sertaneja, por exemplo, terminou o campeonato em terceiro lugar e com vagas garantidas na Copa do Brasil e Série D de 2024, mas precisou dispensar todo o elenco por não ter mais jogos em 2023.
Ao todo, essas equipes da primeira divisão do Pernambucano tem oito meses de inatividade no futebol profissional. Íbis, Afogados, Belo Jardim e Caruaru City foram rebaixados, mas como o regulamento previa disputar a Série A2 no mesmo ano, o tempo parado deve ficar em quatro meses.
William Lima, técnico do Petrolina, fala sobre a classificação do time para a série D 2024
Abismo
Falta de calendário é um problema antigo do futebol de Pernambuco e atinge diretamente o desenvolvimento das equipes de menor investimento. Se listarmos todas que foram eliminadas na primeira fase da Série A2 do ano passado, o tempo sem atuar é de 10 meses.
Aqui estão: Pesqueira, Serrano, Chã Grande, Ypiranga, Santa Fé, América, Jaguar e Cabense. Esse período de 10 meses considera que a edição 2023 vai começar em setembro ou até mesmo a realização da Série A3.
Quando separamos os clubes que jogaram a segunda divisão do ano passado e passaram da fase inicial, mas não conquistaram o acesso, o tempo de inatividade do futebol profissional chega a nove meses. Nesse período temos Flamengo de Arcoverde, Decisão, 1º de Maio, Vera Cruz, Vitória, Sete de Setembro, Atlético, Ipojuca, Ferroviário e Centro Limoeirense.
E o futuro?
Pelo menos 12 clubes já sabem que vão entrar em campo a partir do dia 30 de setembro, quando começa a Série A2. A data foi confirmada pela FPF. A competição será disputada em formato de pontos corridos, com turno único. O campeão garante acesso e os três últimos são rebaixados para a terceira divisão.
É justamente na Série A3 que segue o problema. As equipes que já não jogam há 9 ou 10 meses estão sem previsão de quando vão entrar em campo para a disputa do novo nível do campeonato estadual, criado nesta temporada. Pelo menos 11 clubes estão encarando essa realidade.