Na teoria, a polêmica envolvendo o chefe da RBR Christian Horner está encerrada, já que ele foi inocentado na investigação de conduta imprópria com uma funcionária. Na prática, o caso ainda reverbera na F1. Após rumores de que a equipe suspendeu a mulher, um amigo da denunciante revelou à imprensa britânica que ela se decepcionou com a postura do time, apesar de ter seguido privadamente os protocolos no caso.
- Ela está muito decepcionada com a forma como tudo aconteceu, especialmente porque fez tudo de acordo com as regras. Ela levantou suas preocupações em particular e fez tudo certo. Mas, apesar de tudo isso, ela foi suspensa do trabalho que ama, e de um esporte em que é muito respeitada. A falta de apoio é notória e ela está muito chateada com o tratamento dado por sua empresa - declarou o amigo da denunciante ao "Daily Mail".
Rafael Lopes e Luciano Burti comentam o GP da Arábia Saudita de 2024
Ainda segundo o "Daily Mail", a mulher optou por recorrer da decisão que encerrou, em um primeiro momento, o caso. E apesar de ter sido procurada, a ex-funcionária - cuja identidade foi mantida sob sigilo desde então - não deseja se pronunciar publicamente sobre o episódio.
No início de fevereiro, o jornal holandês De Telegraaf revelou que Horner estava sob investigação por suposta conduta imprópria, de cunho sexual, com uma funcionária. O caso foi investigado pela empresa que comanda a RBR com uma auditoria independente.
Uma semana antes da RBR anunciar a pintura do RB20, carro da temporada 2024 de F1, Horner compareceu a uma reunião de oito horas sobre o ocorrido, mas o desfecho foi "inconclusivo". O britânico de 50 anos compareceu ao lançamento do time e, com apoio de Max Verstappen e Sergio Pérez, falou pela primeira vez sobre o caso que considerou uma distração.
Horner foi inocentado das acusações de conduta imprópria, embora a RBR não tenha divulgado detalhes do caso e da investigação - fato que provocou insatisfação em nomes da F1 como o chefe da Mercedes Toto Wolff e os pilotos Lewis Hamilton e George Russell, além do CEO da McLaren, Zak Brown.
No entanto, um dia depois da decisão, na quinta-feira do GP do Bahrein uma pasta com 79 supostas provas da denúncia foi enviada a jornalistas, dirigentes e membros do alto escalão da FIA e da F1 presentes no Circuito de Sakhir. Horner disse que não comentaria especulações anônimas, e apareceu no fim de semana ao lado da esposa Geri.
O caso foi, ainda, o estopim de uma crise interna na RBR, que começou com as críticas do pai de Max Verstappen, Jos, à postura de Horner. O tricampeão saiu em defesa do pai, e neste fim de semana do GP da Arábia Saudita, sugeriu que poderia sair da equipe caso o consultor Helmut Marko fosse demitido.
Marko, também gerente da Academia de Pilotos da hexacampeã de construtores, tem apoio de Oliver Mintzlaff, diretor da empresa-mãe da RBR; da família de Dietrich Mateschitz, fundador falecido em 2022, e da família de Max no comando do time - em oposição a Horner. Já o chefe da equipe foi visto ao lado de Chalerm Yoovidhya, bilionário tailandês e principal acionista da empresa de energéticos.
A F1 retorna na próxima semana com o GP da Austrália, em 24 de março, válido como a terceira etapa da temporada 2024. Confira o calendário completo da categoria.