Presidente da F1 nega que dominância da RBR afete novos fãs

Stefano Domenicali acredita que disparidade entre as equipes pode diminuir ao longo da atual temporada, e lembra de punição recebida pelo time austríaco no fim do ano passado por infringir teto de gastos

Por Redação ge — Rio de Janeiro


RBR de 2010 a 2013, Mercedes de 2014 a 2021, RBR em 2022 e 2023... as duas últimas décadas da F1 foram marcadas por hegemonias, cenário no qual o roteiro de algumas corridas pode até ser fácil de se antecipar; quem vence, quem vai ao pódio. Mas para o presidente da categoria, Stefano Domenicali, esse não chega a ser um problema real para a nova leva de fãs da elite do automobilismo europeu.

- Esse não é um fator importante para o novo mercado e a nova audiência que está chegando. É mais para os ávidos fãs que interesse diminui com um carro dominante. Queremos ter certeza de que o ecossistema é competitivo, mas se olharmos para os mercados em que estamos crescendo, esse fator não é tão relevante - disse o gestor italiano.

RBR comemora vitória de Sergio Pérez e pódio de Max Verstappen no GP da Arábia Saudita da F1 2023 — Foto: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Diferente de 2022, que começou com uma batalha até então equilibrada entre RBR - esta sofrendo com quebras - e Ferrari, a atual temporada só tem dado a equipe austríaca. Nas três primeiras corridas, Max Verstappen e Sergio Pérez se revezaram no lugar mais alto do pódio.

A última "vaga" no top 3 tem ficado com Fernando Alonso, que faz sua temporada de estreia pela Aston Martin. A exceção foi no GP da Austrália, em 2 de abril; com o abandono de Pérez, Lewis Hamilton conseguiu se juntar aos colegas campeões no pódio.

- Se uma equipe é mais rápida que as outras, parabéns, sinal de que fizeram um trabalho melhor. É dever da FIA como regulamentadora garantir que eles verificam a conformidade do carro com o regulamento - opinou Domenicali.

Stefano Domenicali, presidente da F1, no GP do Bahrein de 2023 — Foto: Eric Alonso/Getty Images

À título de comparação, nesta mesma fase do campeonato de construtores em 2022, a líder (Ferrari) tinha 104 pontos, com vantagem de 39 pontos para a vice-líder (RBR). Em 2023, a RBR ocupa esse posto com 123 pontos, 58 a mais que a Aston Martin, segunda colocada.

No Mundial de pilotos, por outro lado, o jogo está mais parelho. Verstappen ocupa a ponta da tabela com 69 pontos, 15 a mais que o vice-líder, Pérez. Logo atrás da dupla está Alonso, com 45, e Hamilton, com 38 - 31 pontos a menos que o rival holandês.

O GP do Azerbaijão, na próxima semana, dará início à fase europeia do campeonato e vem com a promessa de atualizações nos carros de algumas equipes. A expectativa é que as modificações ajudem, aos poucos, a mudar o cenário na temporada.

Projetista Adrian Newey e chefe de equipe Christian Horner, da RBR, no GP da Arábia Saudita da F1 em 2023 — Foto: Eric Alonso/Getty Images

Essa é a grande aposta de Domenicali, que ainda lembra que a RBR pode sofrer o impacto da punição recebida por infringir o teto de gastos de 2021: a redução no tempo de uso do túnel de vento e testes computadorizados, além de uma multa.

- Nas primeiras corridas vimos que a RBR foi muito, muito competitiva. Estou esperando que as outras equipes os acompanhem. Temos que esperar e ver o efeito da punição que tiveram ano passado (redução do tempo em túnel de vento). O campeonato é muito longo e acredito que tenhamos boas surpresas antes dele terminar - acredita o italiano.

A F1 retorna daqui a uma semana com o GP do Azerbaijão, em 30 de abril. No dia 29 será realizada a corrida classificatória da etapa, às 10h30 (horário de Brasília). Veja calendário completo.