Dívida do Tupi é de cerca de R$ 20 milhões; entenda como está dividido o passivo carijó

Clube aprovou ingresso em processo de Recuperação Judicial em caso de concretização de SAF

Por Bruno Ribeiro — Juiz de Fora, MG


A Recuperação Judicial foi o caminho escolhido pelos sócios e conselheiros como a tábua de salvação das dívidas do Tupi. Em negociação para se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol, o Alvinegro tem aproximadamente R$ 20 milhões em débitos.

O ge fez um levantamento de como está dividido o passivo do Carijó. O clube tenta reorganizar as dívidas para iniciar um plano de quitação e retomar a saúde financeira do alvinegro.

As dívidas do Tupi estão divididas da seguinte forma:

  • Dívida tributária – 65%
  • Empréstimo – 17%
  • Dívida previdenciária – 13,75%
  • Dívida trabalhista – 4,25%

Carijó tenta equacionar as dívidas; veja como está o passivo do Tupi — Foto: Editoria de Arte

A maior parte do passivo do Tupi é a dívida tributária ou fiscal, aquela que o clube contraiu ao deixar de pagar taxas e impostos a órgãos municipais, estaduais ou federais, como por exemplo IPTU, Imposto de Renda, IPVA, entre outros.

O débito tributário do Galo Carijó está orçado em cerca de R$ 13 milhões, de acordo com o presidente Eloísio Pereira de Siqueira. A fatia representa 65% da dívida total do time de Santa Terezinha.

O Tupi tem um débito de R$ 3,4 milhões em razão de um empréstimo feito em meados de 2019. O passivo foi contraído junto a uma empresa.

Segundo Tiquinho, o empréstimo foi de cerca de R$ 600 mil em 2019. No entanto, sem o pagamento de multas e perda de prazos, o passivo chegou ao patamar atual, seis vezes o valor inicial.

As dívidas previdenciárias representam o terceiro maior débito do Alvinegro. O Carijó deve cerca de R$ 2,75 milhões em contribuições para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo Eloísio Pereira de Siqueira.

A menor parcela dos débitos do Tupi é trabalhista. O clube tem um passivo orçado em cerca de R$ 850 mil. Em agosto de 2024, o ge noticiou que o Carijó ingressou no Regime Centralizado de Execuções (RCE), modalidade que centraliza os processos trabalhistas em que o clube é réu. Na época, o passivo trabalhista era de R$ 858.924,42.

As ações em execução serão pagas de acordo com a ordem cronológica em que foram protocoladas, da mais antiga para a mais recente.

O Tupi tem que pagar R$ 25 mil mensais, no dia 30 de cada mês, até que todos os processos sejam quitados. Atualmente, há 25 ações em fase de execução. O clube quitou as obrigações nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro, no total de R$ 125 mil.

À medida que novos processo processos sejam finalizados e cheguem à fase de execução, a fila processual e os valores são atualizados automaticamente no RCE.

Recuperação Judicial e SAF

Na última segunda-feira, o Tupi aprovou a entrada do clube no regime de Recuperação Judicial, processo legal que permite que uma empresa em dificuldades financeiras reestruture o pagamento de dívidas e evite a falência.

A ideia do clube é equacionar os débitos nas esferas tributária e previdenciária, bem como amortizar empréstimos com credores. Com esta reorganização dos passivos, o Alvinegro espera ter maior credibilidade no mercado e facilitar o trabalho da futura SAF no restabelecimento da saúde financeira do Alvinegro.

O Tupi negocia com a Magnitude Investimentos e Participações, do Rio de Janeiro. O ge apurou alguns dos tópicos que estão em discussão. Apesar de haver impasses entre as partes, clube e companhia estruturam um acordo com aporte inicial da empresa de R$ 10 milhões, construção de um Centro de Treinamento e a utilização do Estádio Salles Oliveira como trunfo para viabilizar a entrada do Alvinegro no regime de Recuperação Judicial para reorganizar as dívidas da associação.