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Rosana Augusto jogou por mais de 15 anos na seleção brasileira feminina, disputou quatro Copas do Mundo e três Olimpíadas. Mas só agora, aos 42 anos, participa de um Mundial Sub-20, dirigindo a seleção brasileira. O motivo é muito simples: ainda não existia a competição quando iniciou a carreira de jogadora.
O Mundial Sub-20 Feminino foi criado em 2002, dois anos após a primeira convocação de Rosana para a seleção principal, aos 18 anos. Hoje, a treinadora olha para trás e celebra as transformações vividas pelo futebol feminino, dentro e fora de campo.
- Para mim, futebol é paixão. Todo brasileiro tem o futebol no sangue, seja menino ou menina. Agora, como treinadora, o futebol vai além do campo para mim, é uma ferramenta de transformação. Ele não apenas transformou a minha vida, mas me deu a missão de transformar a vida de outros - disse ela em entrevista ao "Inside Fifa" durante a participação brasileira no Mundial Sub-20 da Colômbia.
A carreira de treinadora começou em 2020, tão logo ela se aposentou dos gramados. Trabalhou no Athletico-PR e no Red Bull Bragantino quando foi chamada, ano passado, para assumir a seleção sub-20. Na Colômbia, o Brasil fez uma primeira fase perfeita: 9 a 0 sobre Fiji, 3 a 0 na França e 2 a 0 no Canadá, avançando às oitavas em primeiro lugar no Grupo B.
Nesta quarta, o Brasil enfrenta Camarões pelas oitavas de final - o sportv 2 transmite o jogo, e o ge acompanha em tempo real, às 18h30 (horário de Brasília).
Além de treinar a equipe dentro de campo, Rosana também pode transmitir às jogadoras sua experiência de mais de duas décadas no futebol.
- Para jogar, as mulheres tiveram que quebrar mais barreiras que os homens. Mas, depois disso, elas se sentem muito mais felizes porque entraram em um lugar onde elas não eram permitidas. Sem dúvida, isso aumenta a autoestima.
Mais profissionalismo, competições mais bem organizadas, investimento dos clubes, melhores salários e estrutura para o desenvolvimento do futebol são mudanças que Rosana viu surgir nos últimos anos.
- As transferências estão acontecendo, e isso certamente ajuda os clubes a ver as jogadoras como um patrimônio valioso também. Hoje temos categorias de base como a Sub-15, além da Sub-17 e Sub-20. É muito melhor do que quando eu comecei. Eu nem pude jogar um Mundial Sub-20, como essas meninas estão jogando agora.
Em menos de três anos, o Brasil receberá a Copa do Mundo Feminina de 2027, a primeira organizada na América do Sul. Mais uma oportunidade de transformação, na visão da treinadora brasileira.
- Os pais podem começar a encorajar as filhas a jogar futebol, a imprensa vai falar mais sobre o futebol feminino, e talvez eles entendam que essa é uma poderosa ferramenta para transformar vidas - observou.