Brasileirão feminino volta no final de semana com dez medalhistas olímpicas; veja onde elas jogam

Competição será retomada neste sábado a duas rodadas do fim da primeira fase

Por João Dall'ara* — São Paulo


Futebol feminino do Brasil conquista medalha de prata nas Olimpíadas; Seleção avalia

O Campeonato Brasileiro Feminino A1 retorna neste sábado, e dez atletas que foram medalhistas de prata com o Brasil em Paris voltam aos seus clubes para a reta final da competição.

Das 22 jogadoras convocadas pelo técnico Arthur Elias, dez atuam em equipes do futebol brasileiro — apenas Tamires havia disputado os Jogos Olímpicos. Durante as Olimpíadas, o principal campeonato nacional ficou paralisado. Agora restam duas rodadas para a conclusão da primeira fase.

Tamires defende a Seleção Brasileira Feminina na vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Seis medalhistas vestem a camisa do Corinthians, antigo clube de Arthur Elias: Tamires, Yasmim, Duda Sampaio, Yayá, Gabi Portilho e Jennifer representaram as “Brabas” na conquista da prata olímpica.

O Corinthians foi quem mais forneceu jogadoras ao Brasil em Paris. Além da confiança do técnico em suas ex-comandadas, o time é o atual tetracampeão do Brasileiro e aparece como líder disparado da primeira fase em 2024, com 37 pontos em 13 jogos.

Mesmo com os dois últimos jogos por fazer, o Alvinegro já garantiu a melhor campanha da primeira fase. Agora, joga contra o Cruzeiro e contra o Avaí Kindermann para fechar a etapa de pontos corridos.

A Ferroviária, vice-líder do Brasileirão, com 29 pontos, cedeu uma atleta — a experiente goleira Luciana. O time de Araraquara também está garantido no mata-mata e ainda pega o Atlético-MG e o Flamengo na primeira fase.

A goleira Lorena representou o Grêmio entre as medalhistas de prata. O Imortal também está na zona de classificação para a próxima fase, mas, ao contrário das outras equipes, ainda não garantiu a vaga. O clube é o sexto, com 20 pontos, e enfrenta o Real Brasília e o São Paulo nas rodadas finais.

Lorena Leite, goleira da seleção brasileira, defende pênalti contra França nas Olimpíadas — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

O rival Internacional também cedeu uma jogadora à seleção: a jovem atacante Priscila. O Inter, no entanto, está em 11º na tabela, com 17 pontos, fora da zona de classificação. O Colorado tem apenas um ponto a menos que o Flamengo, o oitavo colocado, e enfrenta o Palmeiras e o Santos em busca da vaga no mata-mata.

A goleira Tainá é outra que atua em solo brasileiro. A atleta defende o América-MG, nono colocado e primeiro time fora da zona de classificação para o mata-mata. O Coelho tem os mesmos 18 pontos que o Flamengo, mas está fora pelo critério de saldo de gols. O clube ainda pega o São Paulo e o Botafogo na primeira fase.

Confira como foi a participação de cada atleta durante os Jogos Olímpicos:

Corinthians:

  • Tamires:

A experiente lateral-esquerda, de 36 anos, disputou a sua terceira edição dos Jogos Olímpicos. Ela foi titular contra a Nigéria e contra a Espanha na fase de grupos e ficou no banco de reservas contra a França nas quartas de final.

Uma das capitãs e referências da Seleção sofreu com as lesões na competição e ficou fora dos jogos finais após sofrer um rompimento ligamentar no tornozelo direito.

  • Yasmim

A outra lateral corinthiana fez sua estreia em Olimpíadas aos 27 anos. A defensora jogou todos os jogos do Brasil no torneio e foi reserva apenas na fase de grupos, contra Nigéria e Espanha.

Ela se destacou na construção de jogadas e deu uma assistência na competição. Foi um ótimo cruzamento para a companheira de clube, Gabi Portilho, na semifinal vencida por 4 a 2 contra a Espanha.

  • Duda Sampaio

A jovem meio-campista, de 23 anos, jogou todos os jogos do Brasil e foi um dos pilares do time. Ela só ficou no banco de reservas no segundo jogo contra o Japão e na semi contra a Espanha.

Duda é um dos grandes destaques do Corinthians e foi importante para a conquista da medalha de prata brasileira.

Duda Sampaio em campo contra a Nigéria — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

  • Yayá

A jogadora, de 22 anos, sofreu com as lesões durante os jogos. A meio-campista vestiu a amarelinha pela primeira vez em competições e foi importante para a equipe nos momentos em que esteve em campo, em especial na semifinal contra a Espanha.

Yayá ficou fora dos jogos contra o Japão e contra a França em razão de um trauma no pé, mas volta com moral ao Corinthians depois do bom desempenho.

  • Gabi Portilho

A atacante, de 29 anos, foi um dos destaques do Brasil. Gabi foi a artilheira do time e participou de três gols durante o torneio — foram dois gols e duas assistências em cinco jogos. Ela só não entrou em campo na segunda rodada contra o Japão.

Gabi Portilho cresceu nas fases finais e foi decisiva ao fazer o gol da vitória sobre a França nas quartas e com a atuação de gala contra a Espanha, com gol e assistência.

Gabi Portilho comemora classificação do Brasil para a final das Olimpíadas — Foto: Andrew Boyers/Reuters

  • Jheniffer

A atacante corinthiana, de 22 anos, começou os Jogos Olímpicos e passou a primeira fase toda na reserva, mas assumiu a vaga de titular da seleção brasileira no mata-mata e não saiu mais do time.

Jhennifer entrou em campo em todos os jogos e fez um gol na competição — o único gol do Brasil na derrota para o Japão na segunda rodada.

Ferroviária

  • Luciana

A experiente goleira Luciana, de 37 anos, foi uma das quatro suplentes do Brasil em Paris 2024. Ela só foi relacionada para um jogo: a semifinal contra a Espanha, mas ficou no banco de reservas.

Grêmio

  • Lorena

A goleira Lorena, de 27 anos, brilhou em Paris como a principal jogadora do Brasil. Ela foi titular em todas as partidas e se tornou responsável por momentos marcantes em Paris.

Lorena defendeu dois pênaltis nas Olimpíadas, contra o Japão e contra a França, e foi imprescindível para a conquista da medalha de prata pela Seleção brasileira

Aos 47 min do 1º tempo - Lorena defende cobrança de pênalti de Tanaka

Internacional

  • Priscila

A jovem promessa Priscila, de 19 anos, era uma das suplentes do Brasil em Paris, mas foi acionada em três jogos e soube aproveitar as oportunidades com boas aparições.

A atacante atuou como titular contra o Japão e contra a Espanha na semifinal, e saiu do banco de reservas na decisão contra os Estados Unidos. A medalhista de prata ainda vai jogar o Mundial Sub-20 e será uma das referências da equipe brasileira na Colômbia, entre 31 de agosto e 22 de setembro.

Priscila comemora na cara de Cata Coll, no gol do Brasil contra a Espanha após erro da goleira — Foto: Alex Livesey/Getty Images

América-MG

  • Tainá

A atleta, de 29 anos, foi a goleira reserva do Brasil nos Jogos Olímpicos e não entrou em campo. Tainá só ficou fora das relacionadas na semi contra a Espanha, em razão de um desconforto no joelho.

Veja todas as medalhistas de prata em Paris 2024:

  • GOLEIRAS - Lorena (Grêmio) e Tainá (América-MG).
  • LATERAIS - Antônia (Madrid CFF-ESP), Tamires (Corinthians) e Yasmim (Corinthians).
  • ZAGUEIRAS - Rafaelle (Orlando Pride-EUA), Tarciane (Houston Dash-EUA) e Thais Ferreira (Tenerife-ESP).
  • MEIO-CAMPISTAS - Ana Vitória (Atlético de Madrid-ESP), Duda Sampaio (Corinthians) e Yayá (Corinthians).
  • ATACANTES - Adriana (Orlando Pride-EUA), Gabi Nunes (Levante-ESP), Gabi Portilho (Corinthians), Jheniffer (Corinthians), Kerolin (North Carolina Courage-EUA) , Marta (Orlando Pride-EUA) e Ludmila (Chicago Red Stars-EUA).
  • SUPLENTES - Luciana (goleira, Ferroviária), Lauren (zagueira, Kansas City Current-EUA), Angelina (volante, Orlando Pride-EUA) e Priscila (atacante, Internacional).

*Colaborou sob supervisão de Carlos Augusto Ferrari.