Brasil x Uruguai: com setores caros vazios, torcida faz festa ao som do Olodum, mas vaia empate

O empate entre Brasil e Uruguai,na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, não foi o resultado esperado pela torcida canarinho, que vaiou a Seleção ao fim do 1 a 1. Mas o jogo também teve muitos momentos de apoio ao som dos tambores do Olodum e de celebração a jogadores como Vini Jr., Raphinha, Gerson e Estêvão [assista aos melhores momentos no vídeo acima].

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Muito antes de a bola rolar, a empolgação já se fazia presente nos arredores do estádio baiano. Centenas de pessoas formaram filas à espera da abertura dos portões no início da noite desta terça-feira. Na região do Dique do Tororó, torcedores de vários lugares do país, como São Paulo, Estância-SE, Itabuna-BA e Salvador, se juntavam pelo verde e amarelo. Sotaques e histórias diferentes, mas uma única torcida de olho em um bom resultado no clássico sul-americano.

Dentro do estádio, o movimento foi tímido até uma hora antes de a bola rolar, mas isso não significou "casa vazia". Muitos dos torcedores chegaram de última hora e garantiram um importante apoio para a Seleção, que se fez visível desde a entrada para o aquecimento, com grito de apoio aos brasileiros e vaias aos uruguaios.

O público, entretanto, poderia ter sido maior não fossem os altos preços dos ingressos. A Arena tem capacidade máxima para cerca de 50 mil lugares e recebeu 41.511 torcedores. Os setores mais caros, que custaram entre R$ 400 e R$ 800 a inteira, ficaram praticamente vazios, enquanto os mais baratos (R$ 100 e R$ 200 a inteira) foram preenchidos quase que em sua totalidade.

Questionada sobre o assunto, a CBF informou que não determina o preço dos ingressos, e que segue sugestões das Arenas. Ainda de acordo com a entidade máxima do futebol brasileiro, ela pretende assumir a administração e passar a determinar os preços dos ingressos a partir da próxima Data Fifa.

O que mais chamou atenção foi o som oriundo dos tambores do Olodum, que embalou os brasileiros em todos os cantos do estádio. Vale lembrar que o grupo tem uma relação que vai além do futebol com a seleção brasileira e virou arma na luta por igualdade racial.

Também sobrou espaço para gritos tricolores e rubro-negros, uma vez que festa baiana tem que ter uma pitada de Bahia e Vitória, além de aplausos mais intensos para os titulares Gerson, Raphinha e Vinícius Júnior quando a escalação do Brasil foi divulgada nos telões.

Quando a bola rolou, a pressão inicial do Brasil serviu para elevar a pressão das arquibancadas. O anel superior da Fonte Nova, que estava mais cheio, foi o que mais chamou atenção por garantir uma acústica especial.

Os jogadores tentaram dar a resposta em campo, mas os lances ofensivos não foram concluídos com perigo diante de um Uruguai que fechava bem os espaços. Mesmo assim, os aplausos foram uma constante nos 45 minutos iniciais.

Na segunda etapa, o time canarinho até criou a primeira chance de gol, mas Valverde calou a torcida minutos depois ao abrir o placar do jogo. O desespero brasileiro durou pouco tempo porque Gerson garantiu uma explosão de alegria em verde e amarelo pouco tempo depois com um belo gol da entrada da área [assista ao gol no vídeo abaixo].

O gol deixou o Brasil mais aceso, mas abriu espaços para uma trocação franca entre as seleções e um pedido claro da torcida a Dorival Júnior: "Estêvão, Estêvão, Estêvão!". O técnico prontamente atendeu o coro e colocou o atacante no lugar de Savinho.

O clamor por Estêvão não foi coincidência. Bahia x Palmeiras se enfrentam nesta quarta-feira, pelo Brasileirão, e muitos torcedores alviverdes vão acompanhar a dobradinha de jogos. O atacante tentou resolver em vários lances, arrancou aplausos das arquibancadas em alguns, mas não mudou o resultado do jogo, que terminou com a Seleção sob vaias.

O espetáculo das arquibancadas foi garantido, mas a Seleção não brilhou em sua última apresentação em 2024 e figura na quinta posição nas eliminatórias, com 18 pontos, dentro da zona de classificação para a próxima Copa do Mundo. O próximo compromisso canarinho será contra a Colômbia, em março.