São Paulo vence nos pênaltis e leva título da Supercopa do Brasil
O ano do São Paulo foi, mais uma vez, de altos e baixos. E terminou frustrante, especialmente ao se considerar as expectativas criadas no início da temporada, quando era o então campeão da Copa do Brasil e voltava à Conmebol Libertadores após três anos.
Foram três treinadores diferentes, o título da Supercopa Rei e decepções com James Rodriguez e na disputa dos torneios de mata-mata, prioridades para a equipe em 2024.
De olho em 2025, o São Paulo manteve o treinador Luis Zubeldía, que assumiu em abril, e agora busca ao menos três reforços: um lateral-esquerdo, um lateral-direito e um meia, apesar de o técnico querer também um ponta e um centroavante.
Com dificuldades financeiras e as travas de um fundo criado para o pagamento de dívidas bancárias, o São Paulo precisará ser cauteloso em suas contratações, pois devem ser poucas.
Saída de Dorival Júnior
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Campeão da Copa do Brasil meses antes, o São Paulo iniciou 2024 com uma base consolidada e em busca de reforços pontuais. O clube, porém, não contava com uma baixa importante: o técnico.
O sucesso com o time na temporada anterior colocou Dorival Júnior na mira da CBF, que naquele momento buscava um treinador após a fracassada tentativa de tirar Carlo Ancelotti do Real Madrid.
Dorival topou ir para a Seleção, e o São Paulo precisou contratar um novo treinador dias antes da estreia do time no Campeonato Paulista. A solução foi uma aposta: Thiago Carpini, que tinha sido vice-campeão paulista um ano antes, com o Água Santa, e que tinha levado o Juventude de volta à Série A.
A era Carpini
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O início do trabalho de Carpini no São Paulo foi animador. O time começou o Paulista com quatro vitórias e um empate nos cinco primeiros jogos, entre eles a primeira vitória tricolor sobre o Corinthians na Neo Química Arena, dez anos após a inauguração do estádio. Nesse período, o time ainda venceu um título: a Supercopa Rei, ao bater o Palmeiras nos pênaltis em Belo Horizonte.
O time, depois, emperrou. A campanha no Paulista terminou cedo demais, nas quartas, com derrota em casa para o Novorizontino nos pênaltis. As primeiras partidas na Libertadores e no Brasileiro também foram ruins, e o treinador não resistiu a uma derrota para o Flamengo, na segunda rodada do nacional.
James de saída
Contratado em 2023 como grande estrela do elenco, James não convenceu Dorival Júnior e pouco jogou. A saída do técnico parecia uma nova oportunidade para que ele voltasse ao time. Não foi.
James passou as primeiras semanas de 2024 sem atuar, sob o pretexto de que fazia “controle de carga” de exercícios. Na Supercopa, um episódio que marcou a passagem do meia: ele foi convocado para viajar a Belo Horizonte, mesmo que não pudesse jogar, e recusou.
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A decisão gerou atritos com o elenco, e James chegou a pedir para rescindir – o que não se concretizou naquele momento porque não houve acordo financeiro entre ele e o clube.
James, então, foi reintegrado. Voltou a jogar no fim de fevereiro, contra a Inter de Limeira, mas durou pouco.
Com Luis Zubeldía no banco de reservas, James teve uma última chance em clássico contra o Palmeiras, quando entrou no fim da partida. Depois disso, não foi mais relacionado.
Em julho, James e São Paulo chegaram a um acordo pela rescisão contratual. O atleta, que tinha se destacado com a seleção da Colômbia na Copa América, abriu mão de uma parte grande do que tinha a receber e se mudou para a Espanha, para o Rayo Vallecano.
Luis Zubeldía chega
O argentino, que tinha derrotado o São Paulo nas quartas da Sul-Americana em 2023 pela LDU, tinha sido procurado no início do ano, quando Dorival Júnior foi para a Seleção. Naquele momento, porém, havia acabado de deixar o Equador e não quis assumir um novo clube.
Ele foi procurado novamente após a saída de Thiago Carpini, quando a conversa andou.
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Zubeldía assumiu ainda na fase de grupos da Libertadores e recuperou a equipe, que terminou na liderança da chave. Com ele no banco, o São Paulo ficou 12 partidas sem perder.
Foram altos e baixos, além de problemas por causa de lesões – Pablo Maia e Alisson, considerados pilares do meio de campo, sofreram contusões graves e precisaram de cirurgias.
As más atuações nos últimos meses fizeram com que sua permanência fosse colocada em dúvida, mas ele estará na pré-temporada, em janeiro.
Morte de Izquierdo
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Um dos momentos mais marcantes da temporada do São Paulo foi a morte do lateral Izquierdo, do Nacional-URU, que se sentiu mal no gramado do Morumbis durante a partida de volta das oitavas de final da Conmebol Libertadores, em agosto.
O jogador caiu em campo no final do segundo tempo, quando o São Paulo vencia por 2 a 0 e garantia a classificação para as quartas. Ele teve uma parada cardíaca e foi levado a um hospital próximo ao estádio, onde ficou internado por uma semana.
Nesse período, atletas do São Paulo foram frequentemente ao hospital para prestar solidariedade aos colegas e familiares do lateral uruguaio.
Izquierdo, diagnosticado com uma arritmia, morreu no dia 27 de agosto, na véspera do jogo entre São Paulo e Atlético-MG, pela Copa do Brasil – atletas tricolores depois admitiram terem jogado abalados pela morte do colega.
A queda nas Copas
Em 2024, mais uma vez, o São Paulo depositou suas esperanças de títulos nas copas, a do Brasil e a Libertadores, o que fez com que o técnico Luis Zubeldía poupasse jogadores no Brasileiro em determinados momentos da competição.
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Na Copa do Brasil, o São Paulo estreou na terceira fase. Passou primeiro pelo Águia de Marabá e, depois, pelo Goiás, sem dificuldades. Nas quartas, o rival foi o Atlético-MG.
Em casa, um dia depois da morte de Izquierdo, o São Paulo perdeu o jogo de ida por 1 a 0 com um gol tomado nos instantes finais da partida. Depois, não conseguiu ir além de um empate sem gols em MG e foi eliminado.
Na Libertadores, sonho da torcida, o caminho começou com muitas pedras. Ainda com Carpini no banco, estreou com derrota pra o Talleres. A vitória sobre o Cobresal, na rodada seguinte, ajudou pouco o comandante, que foi demitido dias depois. Com Zubeldía, o time se recuperou: venceu três dos quatro jogos seguintes e empatou outro, ficando com a liderança do grupo.
Na fase seguinte, passou pelo Nacional-URU com um empate fora e vitória em casa.
Nas quartas, encarou o Botafogo. Na ida, no Rio, sobreviveu a um massacre. O jogo terminou 0 a 0, mas os donos da casa foram amplamente superiores. Uma semana depois, no Morumbi lotado, o Botafogo saiu na frente, mas Calleri empatou e levou a decisão para os pênaltis num jogo bem mais equilibrado do que o anterior.
Calleri e Rodrigo Nestor desperdiçaram suas cobranças, o que causou mais uma eliminação.
Reta final burocrática
As eliminações nas copas, em um curto período, derrubaram o ânimo do São Paulo, que fez partidas burocráticas até o final do ano, sem empolgar.
Longe da disputa pelo título brasileiro, o time passou a se dedicar para garantir uma vaga na fase de grupos da Libertadores – o que significava terminar entre os quatro melhores do Brasileiro.
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Dos últimos 11 jogos, porém, o São Paulo venceu quatro – a equipe terminou a temporada com uma sequência de cinco partidas sem vitórias (dois empates e três derrotas).
Mesmo assim, na sexta posição, com 59 pontos, o São Paulo garantiu lugar na fase de grupos da Liberadores graças aos títulos do Flamengo (Copa do Brasil) e Botafogo (Libertadores), que ampliaram as vagas pelo Brasileirão.
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