Reinaldo conquistou título internacional pelo Flamengo, teve boas temporadas por Santos, São Paulo e Botafogo, e foi campeão pelo Paris Saint Germain muito antes de a equipe francesa se tornar uma potência mundial turbinada por investidores do Catar. Nos 20 anos que jogou como profissional, o atacante elege um gol sobre o Vasco como o lance que mudaria sua carreira para sempre.
Ex-Flamengo e São Paulo, Reinaldo busca se consolidar como técnico
O ano 2000 foi o primeiro de Reinaldo como titular do Flamengo. Carpegiani deu a ele a responsabilidade de substituir seu ídolo e referência na posição. Na final, o adversário foi o estrelado time vascaíno que contava com elenco estrelado, cujo novo principal jogador era Romário.
- O jogo estava 1 a 0 para o para o Vasco e fiz o gol. Foi o mais importante da minha carreira. Eu estava substituindo meu ídolo, não é, cara? Imagina. Naquela época Romário era insubstituível. Mas eu consegui dar conta de recado, me tornar um artilheiro do Flamengo naquela temporada - contou Reinaldo.
Atualmente, Reinaldo busca se consolidar na carreira de treinador, conduzindo o time do Maricá, na Série A2 do Rio de Janeiro. Inevitavelmente, uma de suas referências é o técnico Tite, que vai comandar o Flamengo neste domingo contra o Vasco, às 16h, no Maracanã.
Em 2000, Flamengo vence o Vasco por 2 a 1 e é campeão carioca
O ex-atacante tem acompanhado a temporada rubro-negra e vê potencial para a evolução da equipe e do treinador.
- Para mim, (o Tite) é um dos melhores que nós temos. Não somente no Brasil, mas no mundo. Ele tem que ter paciência. O torcedor não quer só que o Flamengo ganhe, quer que ganhe jogando bem. Na minha opinião, o Tite é o técnico mais capacitado neste momento para extrair o máximo dos atletas - analisou.
Muricy e Rogério Ceni como espelho
Reinaldo também viveu grandes momentos no São Paulo. No time do Morumbi, fez muitos gols, mas também vislumbrou a possibilidade de se tornar um líder. Em dado momento, ele foi o segundo capitão da equipe, e tinha a responsabilidade de vestir a braçadeira quando Rogério Ceni não estava em campo.
As lições que aprendeu com o ex-goleiro, e colega na nova profissão, balizam seu trabalho hoje.
- O Rogério era um cara que cobrava muito. Se ele via um cara relaxado, não ficava no zum zum. Chegava e olhava no olho. Sem medo de cobrar. Claro, com respeito. Hoje, como treinador, trago muito isso de chegar pro jogador olho no olho, falar o que eu penso. E ouvir também.
- Como treinador, gosto muito da forma de jogo dele. Não tem só um modelo. Ele joga com posse. Se tiver que jogar em transição, ele joga também. É um dos que vem fazendo diferença nessa geração atual.
Reinaldo lamenta não ter trabalhado com Muricy Ramalho na equipe paulista.
Em busca da elite carioca
Ao encerrar a carreira, em 2019, Reinaldo fez os cursos para a obter as licenças A e B da CBF, e pretende começar ainda neste ano a licença PRO. Nos quatro anos como técnico, tem vivido as intempéries das divisões menores do futebol brasileiro, com seus calendários curtos, que atiram comissões técnicas e jogadores à vida peregrina.
Seu primeiro trabalho foi no Inter de Lages-SC, em 2020. Ele chegou ao Maricá para a disputa da Copa Rio no segundo semestre do ano passado. Ao fim da temporada, o time da Região dos Lagos ficou sem calendário e ele aceitou convite para ser auxiliar no Nacional-AM. Agora, terá mais uma jornada como treinador principal do Maricá.
Seu desafio é tentar o acesso à primeira divisão do Campeonato Carioca. A equipe começou de forma promissora a Série A2 do estadual. Em dois jogos, conseguiu uma vitória e um empate, e ocupa o segundo lugar na classificação. Somente o primeiro sobe.
- É um campeonato muito competitivo, as equipes investiram bastante. Mas a gente também investiu bem e vamos fortes na competição, sempre com muita humildade. O objetivo é terminar a primeira fase e e classificar bem. Depois, chegar ao mata-mata, e, se Deus quiser, conseguir o acesso.
Neste sábado, o Maricá vai fazer sua terceira partida na competição diante do Petrópolis, às 14h45, em casa, no estádio João Saldanha.
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