A segunda divisão do Campeonato Pernambucano registrou mais uma cena lamentável de racismo no futebol. O goleiro Rodolfo, de 39 anos, do 1º de Maio, ouviu xingamentos por conta da cor da pele na partida diante do Pesqueira, no final de semana.
O jogo foi realizado no Joaquim de Britto, casa do Pesqueira. O autor das ofensas racistas estava na arquibancada dos mandantes. Segundo nota emitida pelo Pesqueira, a partida foi interrompida, o homem acabou sendo identificado e imediatamente expulso do estádio por outros torcedores. Ele também está proibido de frequentar o estádio. O nome dele não foi divulgado.
- O Pesqueira Futebol Clube lamenta e repudia o caso de racismo registrado contra o goleiro do 1º de Maio, Rodolfo. Salientamos que o todo suporte ao atleta foi dado pelo PFC [Pesqueira]. Queremos agradecer à torcida Toga, que desde o momento, mesmo torcendo pela Águia do Agreste, apoiou o atleta. O infrator foi identificado e será proibido de frequentar os jogos do Pesqueira no Joaquim de Britto - disse o clube na nota.
Mesmo com a partida sendo interrompida para a retirada do agressor, o árbitro Bruno Thiago de Santana não registrou as ofensas na súmula e disse que "não houve nada de anormal" em campo.
O ge procurou o goleiro Rodolfo, que informou ter ouvido diversos xingamentos racistas durante a partida.
- Ele usou palavras de tom ofensivo, para me diminuir. No início eu consegui ouvir bem ele me chamando de "negro feio", "negro preto", "boneco de posto", me chamou de "coisa estranha". Ele me xingava tanto que eu não conseguia captar as falas dele. É complicado falar sobre isso, tive uma criação boa, serena. Eu e meus irmãos temos muita consciência de onde a gente veio. É estanho, sou uma pessoa que não consigo nem chamar palavrão - desabafou Rodolfo.
O goleiro informou que não procurou a polícia por medo de que o Pesqueira fosse punido. Rodolfo acredita que o clube adversário fez o que era possível no momento. O ge questionou o Pesqueira e o 1º de Maio, clube de Rodolfo. Ambos informaram que ainda não procuraram à polícia.
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