Impedir que jogadores tentem buscar asilo político em outros países durante viagens internacionais. Esse seria o motivo da não participação da seleção da Eritreia das eliminatórias africanas para a Copa do Mundo de 2026. As informações foram publicadas pelo jornal inglês "The Guardian" nesta segunda-feira.
A Fifa e a Confederação Africana de Futebol (CAF) informaram na última sexta-feira que a federação de futebol da Eritreia (ENFF) havia se retirado das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 — sem dizer o motivo. A equipe estava no Grupo E, junto de Marrocos, Zâmbia, Congo, Tanzânia e Niger. Todos os seus jogos foram cancelados.
O primeiro jogo seria contra os marroquinos, na próxima quinta-feira.
A ENFF não respondeu quando questionada sobre o assunto, mas, segundo o "The Guardian", os jogadores que atuam na Eritreia — e que estavam se preparando há três meses para os dois primeiros jogos pelas eliminatórias — foram dispensados, no fim de outubro.
Ainda de acordo com o jornal britânico, o ministério do Esporte do país recusou os apelos da federação local. O governo não quer que os jogadores escapem da Eritreia, governada por Isaias Afwerki desde 1993.
A equipe masculina principal da Eritreia não disputa um jogo desde janeiro de 2020, quando enfrentou o Sudão em amistoso. A partida oficial mais recente foi em setembro de 2019, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. A seleção não aparece mais no ranking da Fifa, já que não entra em campo há mais de 48 meses.
Também não há no país estádio que atenda às exigências da confederação africana de futebol para jogos internacionais. A Eritreia se tornou independente da Etiópia em 1993 e não teve eleições desde então.
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