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Por Isabela Reis e Rafael Bizarelo — Rio de Janeiro


Veja as 10 ligas de futebol mais fortes do mundo

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Vélez Sarsfield conquistou o 11º título do Campeonato Argentino no domingo, ao derrotar o Huracán por 2 a 0. A recompensa pelo feito foi um cheque de 500 mil dólares, cerca de R$ 3 milhões de reais na cotação atual. O valor está bem abaixo do prêmio de outras competições nacionais e, aliás, é menor do que a recompensa que o Santos recebeu por vencer a Série B brasileira e 16 vezes inferior a do Brasileirão.

Vélez Sarsfield recebe 500 mil dólares (R$ 3 milhões) pelo título do Campeonato Argentino — Foto: Rodrigo Valle/Getty Images

Pelo triunfo na segunda divisão do Brasil, o Santos embolsou R$ 3,5 milhões pelo título, que equivale a 578 mil dólares. À título de comparação, os três clubes que completaram o G-4 da Série B - Mirassol, Sport e Ceará - receberam R$ 1,35 milhão cada um pela classificação, ou seja, pouco menos da metade do prêmio argentino.

Em relação à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, a diferença é ainda mais gritante. O vencedor Botafogo levou R$ 48 milhões - cerca de 7,9 milhões de dólares e quase 16 vezes mais do que o Vélez. Já o 16º colocado Bragantino, o primeiro acima da zona de rebaixamento, recebeu R$ 16,3 milhões (2,1 milhões de dólares a mais que o campeão da Argentina).

Premiações de campeonatos de Brasil e Argentina
Valores em milhões de reais
Fonte: Isabela Reis e Rafael Bizarelo/ge

Na comparação com a Libertadores, por exemplo, um clube ganha mais com duas vitórias na fase de grupos do que o Vélez com a conquista de um campeonato. Os triunfos garantem 330 mil dólares cada, o equivalente a R$ 1,9 milhão.

Vélez vence o Campeonato Argentino na última rodada, com vitória sobre o Huracán — Foto: Gustavo Garello/Getty Images

Em novembro, logo após o fim da Copa do Brasil, o presidente do Estudiantes criticou a disparidade entre as cifras pagas pelos principais campeonatos de Brasil e Argentina. Juan Sebastián Verón é defensor da implementação das SADs no país e usou as redes sociais para comparar os valores de premiações argentinas com o prêmio de 18 milhões de dólares que o Flamengo recebeu.

— E aqui (na Argentina) entre o Torneio dos Campeões do Mundo e a Copa da Argentina, não dá nem para cobrir os ônibus dos torcedores... mas o clube pertence aos sócios — ironizou Verón.

O prêmio do Argentino é oferecida pela AFA, federação que comanda o esporte no país, e baseado nas receitas comerciais do torneio. A pressão da instituição contra os investimentos externos no futebol argentino pesa para a premiação ser tão baixa. Como a liga é menos atrativa para investidores pelas regras da Associação, recebe menos patrocinadores (e menos dinheiro) que o Brasileirão, por exemplo.

O assunto "SAFs na Argentina", por exemplo, tem um peso importante nessa discussão. Isso porque, ao contrário do Brasil, esse modelo de clubes-empresas não pode existir no país. A lei não permite, mas um decreto do presidente Javier Milei ficou próximo de mudar a situação no país, o que gerou uma crise entre o governo e a AFA.

John Textor beija taça do Brasileirão conquistada pelo Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo

Já no Brasil as SAFs são liberadas e tem até incentivo. Recentemente, o Senado aprovou uma regulamentação que reduziu os impostos das empresas de 8,5% para 5%. Além disso, os cinco primeiros anos das Sociedades Anônimas de Futebol serão isentos de taxas.

O Campeonato Argentino teve emoção até a última rodada. No domingo, Vélez, Talleres e Huracán tinham chances de levantar a taça, com os dois primeiros times empatados com 48 pontos. O Sarsfield, por outro lado, tinha a vantagem no saldo de gols, com 11 de diferença.

O Veléz dependia apenas de si para ficar com o título e resolveu a partida no primeiro tempo, em dois rebotes do goleiro do Huracán. Aquino fez aos 30 minutos, e Damián Fernández ampliou aos 41. Para a alegria dos torcedores do Sarsfield, o Talleres ainda foi derrotado pelo Newell's Old Boys, por 3 a 1.

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