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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


Gigantes da Argentina, River Plate e Boca Juniors dominam o cenário de sócios torcedores na América do Sul. Com 350 mil para os millonarios e 327 mil para os xeneizes, os clubes possuem números maiores que times do Brasil. Ainda assim, os brasileiros levam a melhor em receitas. Especialistas analisam a relação entre a quantidade de sócios e os números financeiros.

Estádio Monumental de Núñez, no clássico do River Plate com o Boca Juniors, no dia 25 de fevereiro de 2024 — Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

No Brasil, o Palmeiras é quem lidera as estatísticas, com mais de 200 mil, seguido por Internacional, com 140 mil, Internacional, com 145 mil, Grêmio, com 104 mil, Atlético-MG, com 100 mil, e Cruzeiro, com 85 mil. Na Argentina, depois de River e Boca, o único com mais de 100 mil sócios é o Independiente, com 107 mil, seguido por Racing, com 91 mil, Rosario Central, com 84 mil, e San Lorenzo, com 82 mil.

De acordo com Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, referência no mercado de marketing esportivo, o programa de sócios do Palmeiras consolida-se como uma plataforma de relacionamento no mercado.

- Ao completar 15 anos de existência em novembro de 2024, é exemplo de gestão e inovação constante, seja pela entrega de ecossistema de consumo, que passa inclusive por produtos financeiros, seja pela percepção de valor ao disputar prêmios de qualidade no relacionamento. Isso mostra a força de um programa que ainda tem muito espaço pra crescer e se consolidar como uma das plataformas mais completas de engajamento do mercado esportivo mundial.

Torcida do Palmeiras em jogo contra o São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Semifinalista da Copa Libertadores, o River Plate chegou a esses patamares depois da reforma do Monumental, atualmente o maior estádio da América do Sul, com capacidade para 86 mil pessoas. Em número de sócios em todo o mundo, aliás, só fica atrás do Real Madrid, que possui mais de 360 mil, e a frente de Bayern de Munique, com 320 mil sócios.

O clube argentino garante que os 350 mil sócios possuem as mensalidades em dia e que os inadimplentes são excluídos no mês seguinte ao não pagamento, e que as inscrições correspondem a um único CPF, ou seja, sem dependentes no mesmo plano.

A cultura de clube na Argentina é diferente do Brasil. Lá, os sócios participam de eleições e possuem um dia a dia que passa pelo clube social.

Marcelo Gallardo é ovacionado no Monumental em seu retorno ao River Plate

Marcelo Gallardo é ovacionado no Monumental em seu retorno ao River Plate

- Essa relação quase familiar e comunitária com o time de futebol pode explicar o número de sócios maiores na Argentina. O envolvimento direto e o sentimento de pertencimento dos torcedores aos seus clubes criam uma motivação extra para se tornarem sócios, independentemente de suas condições econômicas - analisa Wagner Leitzke, líder de marketing digital da End to End.

Por outro lado, ao mesmo tempo em que possuem uma boa quantidade de sócios, as equipes argentinas faturam menos que os brasileiros. Os valores com River e Boca chegam perto dos R$ 40 milhões anuais. Para efeito de comparação, em seu balanço do final do último ano, por exemplo, o Palmeiras embolsou R$ 53 milhões com o seu programa, e em março deste ano, bateu recorde com a receita bruta do programa ao faturar R$ 6,1 milhões.

O Internacional, que possui 145.917 sócios, é considerado uma das agremiações mais democráticas do país quando o assunto é eleição, com uma quantidade expressiva de votantes. Nas eleições do final do ano passado, 29.800 associados apareceram para votar, um recorde para clubes de futebol no Brasil.

Torcida do Peñarol no empate em 0 a 0 contra o Flamengo no Campeón del Siglo — Foto: REUTERS

Outro ponto destacado por especialistas está na eficiência tecnológica de gestão de alguns estádios brasileiros, que também foi levada para outros países. Considerado um dos clubes mais tradicionais do continente, o Penãrol abriu os olhos para o aumento de receitas ao se tornar referência com a modernização do o Campeón del Siglo. Inaugurado em 2016 e com capacidade para 40 mil pessoas, teve um custo baixo nas obras estimado em 40 milhões de dólares. Foi construído do zero, atendendo a todas as normas básicas do 'Padrão Fifa'.

- Com sistemas de controle de acesso biométrico e facial, e gestão em programas de sócios, temos contribuído para a segurança, o conforto e a interatividade dentro de dezenas de estádios pelo país e também chegando em outras nações. Nossas parcerias reforçam nosso compromisso em liderar a transformação tecnológica em arenas e estádios por toda a América Latina - explica Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply, empresa que tem papel na modernização dos estádios.

Clubes argentinos com mais sócios:

  1. River: 350.951
  2. Boca: 327.644
  3. Independiente: 107.094
  4. Racing: 91.970
  5. Rosario Central: 84.728
  6. San Lorenzo: 82.930
  7. Newell's: 79.239
  8. Talleres: 74.420
  9. Vélez: 62.479
  10. Belgrano: 61.831

Clubes brasileiros com mais sócios:

  1. Palmeiras: 200.000
  2. Internacional: 145.917
  3. Grêmio: 104.000
  4. Atlético-MG: 100.000
  5. Cruzeiro: 85.000
  6. Flamengo: 80.000
  7. Bahia: 74.000
  8. Botafogo: 72.000
  9. Fluminense: 59.077
  10. Vasco: 58.000

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