Chelsea gastou mais de R$ 1 bilhão em reforços para a temporada 2024/2025
O Manchester City é o atual campeão da Premier League, o Liverpool vive nova era pós Jürgen Klopp, o Arsenal promete muito (de novo), o Manchester United se mexeu no mercado, mas o clube que domina o noticiário na Inglaterra é o Chelsea. Ou melhor, a bagunça no Chelsea. E isso deveria preocupar o torcedor brasileiro, por causa de Estêvão.
Já contextualizamos, aqui no ge, os gastos do Chelsea nesta janela de transferências. Atualização: o clube contratou desde então o atacante João Félix, por seis temporadas. Cerca de 52 milhões de euros (R$ 317 milhões) no décimo reforço para a temporada.
A questão não é (só) gastar muito em contratações. Dinheiro, o Chelsea tem, aparentemente. Já comprometeu 241 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão) com as compras de verão.
O grande problema é como a direção do clube trata dezenas e dezenas de jogadores. Talentos da base, jovens de outros países, atletas na melhor idade, veteranos. Não importa: qualquer um pode se ver da noite para o dia com um pé na "barca". Ou os dois. Jogado fora.
Enzo Maresca não parece se incomodar com o cenário. Minimizou o fato de trabalhar com um elenco inchado, com mais de 15 atletas treinando em separado. Disse que foi "honesto" na conversa com Sterling.
O mesmo Sterling que o treinador classificou como "um dos mais importantes" nomes do elenco durante a pré-temporada nos Estados Unidos. Em poucas semanas, o atacante de 29 anos — que não joga bem há tempos, verdade, mas foi titular em todos os amistosos — virou descartável. Foi cortado da lista de relacionados para o jogo contra o Manchester City em cima da hora e perdeu a camisa 7. Porta, por favor.
Outro nome novo na lista de dispensáveis é o lateral-esquerdo Chilwell. Ele foi contratado em meados de 2020, por pelo menos 50 milhões de libras (R$ 366 milhões na época), e tinha renovado vínculo em abril do ano passado, até junho de 2027.
E o que dizer do meio-campista Gallagher? Apesar de ter sido capitão do time em vários jogos da temporada passada, foi negociado para o Atlético de Madrid. Gallagher chegou no Chelsea aos oito anos. Foi o jogador de linha que mais vezes (50) entrou em campo em 2023/24.
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Por outro lado, o Chelsea liderado pelo empresário Todd Boehly e seu consórcio investiu mais de R$ 7 bilhões em 36 contratações. Isso tudo em pouco mais de dois anos. O Chelsea compra muito, vende muito. Só que jogadores não são ações na bolsa.
Enzo Maresca é o quinto técnico do Chelsea em cerca de dois anos.
Como pontuou Jason Burt, da cobertura de futebol do jornal "Telegraph", forçar jogadores indesejados a irem embora não é um ineditismo do Chelsea. Só que a escala e a aleatoriedade deste ano chocam. O que garante que o mesmo não acontecerá com Estêvão no ano que vem?
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Não custa lembrar que Ângelo e Deivid Washington, ambos ex-Santos, contratados por mais de 15 milhões de euros cada um, não fazem parte dos planos para esta temporada do time inglês. Andrey Santos, ex-Vasco, foi emprestado novamente para o Strasbourg.
Estêvão só vai para o Chelsea no meio do ano que vem, após o super Mundial de Clubes. Não importa, é muito cedo para um dos maiores talentos revelados pelo Brasil nos últimos anos. Mas isso não é o pior. O que preocupa é o provável ambiente pela frente.
Será ele muito diferente do atual Chelsea? Haverá tranquilidade e oportunidade para Éstêvão se desenvolver? Contará com um estilo de jogo bem estabelecido? Ele poderá conviver com jogadores experientes, de clube e de carreira? Ou virará mais um na fila dos atacantes do elenco?
O menino de 17 anos tem tudo para figurar na próxima lista de convocados da seleção brasileira principal, visando os jogos pelas Eliminatórias contra Equador e Paraguai. Já está na pré-lista. É um talento raro.
Enzo Maresca disse que essa questão do elenco é "barulho externo", e que não tem impacto em seu trabalho como treinador. Veremos se o discurso seguirá o mesmo se houver problemas de entrosamento do time, ou se o caldo da braçadeira de capitão para Enzo Fernández um dia entornar, ou as tantas contratações simplesmente não vingarem.
Tomara que Estêvão não precise enfrentar essa bagunça.
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