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Por Mateus Freitas Teixeira

Cardiologista e médico do esporte, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro e coordenador médico da Clínica Fit Center

Rio de Janeiro


A incidência relatada de hematoma subdural crônica, que afetou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é de 1,72 a 20,6 a cada 100 mil pessoas por ano em todas as populações, com uma incidência aumentada em pacientes com mais de 60 anos de idade. A fisiopatologia subjacente varia de danos às veias subdurais a processos inflamatórios e gradientes de pressão oncótica osmótica, culminando em acúmulo de fluido periparenquimatoso. Além disso, houve relatos de casos de hematoma subdural crônica se desenvolvendo devido a metástases durais.

Hematoma subdural: qual papel do exercício na reabilitação — Foto: iStock

A apresentação clínica é variável e influenciada pela localização e pela extensão da compressão cerebral.

Os sintomas comuns incluem dor de cabeça, alterações do estado mental, alterações da marcha e outras dificuldades motoras e distúrbios sensoriais focais.

A progressão aguda pode também se manifestar como convulsões, náuseas e vômitos.

Fatores de risco, além da idade avançada, incluem sexo masculino, traumas, coagulopatias e uso de medicamentos anticoagulantes.

A cirurgia do hematoma é geralmente realizada por meio de craniotomia ou orifícios de trepanação, com ou sem colocação de dreno externo. Após a evacuação cirúrgica, as taxas de melhoria do estado clínico são altas, embora muitas vezes os pacientes não retornem à linha de base antes da alta.

Notavelmente, o controle do tronco e o equilíbrio são frequentemente prejudicados no período inicial de recuperação, o que pode afetar a qualidade de vida e o retorno aos níveis de atividade anteriores.

Sendo assim, a reabilitação cardiometábolica é fundamental para que o paciente possa ter sucesso na sua recuperação. Nesses centros, onde o exercício é o medicamento, o paciente pode treinar propriocepção, ganhar força e melhorar tônus muscular.

Todo paciente pode e deve fazer exercício e, quando tem comorbidades, é fundamental. Junto a isso, os centros de reabilitação podem acompanhar o paciente e estarem atentos a qualquer alteração clínica e é um lugar seguro, pois é um serviço médico e multiprofissional.

Referência:

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / EU Atleta.

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