“A vida é isso, ultrapassar seus próprios limites”. Na manhã deste sábado, Bruno Gagliasso ultrapassou os dele. Pela primeira vez, o ator completou 21km correndo. Do Pepê ao Aterro do Flamengo, acompanhado pelo treinador Chico Salgado, o sobrinho Lucas e outros amigos, ele curtiu cada quilômetro da Meia Maratona do Rio e cruzou a linha de chegada em êxtase. Suado, cansado, com dores, mas com um enorme sorriso no rosto e o impagável sentimento de missão cumprida.
- Foram 21 mesmo? Pareceu 12! Mentira, foi muito difícil. Você chega com cãibra, com dor na virilha, na lombar, mas tudo vale a pena. Meia maratona é isso. Quando você tem um objetivo e traça ele, cumpre com dignidade, excelência e esforço, dá certo. Foi lindo chegar de mãos dadas com meus companheiros. Foi muito bom, adorei - comemorou o ator, emocionado.
Recebido pela esposa e também atriz Giovanna Ewbank, Bruno disse que em nenhum momento pensou que não daria certo. Mesmo treinando há pouco tempo para os 21km e tendo um treino de 15km como a maior distância percorrida até então, ele sabia que chegaria, nem que fosse se arrastando.
- Posso chegar cambaleado, mas eu chego. Primeira vez que vou correr uma distância tão grande. E você tem duas opções: ou você vê o lado ruim, ou o lado bom. Eu vou curtir a paisagem, não estou preocupado com a subida, nem com o tempo. Estamos treinando mesmo só há um mês, mas é um mês focado, e quando você tem foco, isso faz a diferença. Hoje vou tentar me superar e vou conseguir - disse ele, momentos antes da largada, quando o sol ainda aparecia timidamente na Barra da Tijuca.
E promessa é dívida. Ele conseguiu. Em 2h37, Bruno Gagliasso completou sua primeira meia maratona. E fez questão de agradecer ao apoio de sua equipe. Segundo ele, sozinho, nada disso teria sido possível.
- Em nenhum momento eu pensei que não daria. Está tudo na nossa cabeça. Tive três cãibras e continuei, com a força de um, a força de outro. Quando vocês está com equipe, tudo muda. Eu jamais conseguiria fazer isso sozinho. A gente veio correndo, um da equipe ficou, a gente voltou para pegar, para chegar todo mundo junto. A gente começou junto e terminou junto. Parece solitário correr, mas não é. Principalmente quando se trata de uma meia maratona – afirmou Bruno, que gostou tanto da experiência que já tem mais duas provas agendadas, uma em agosto e outra em outubro, esta, em Fernando de Noronha.
Quem vai ficar com o buquê?
E quem também correu em equipe foi o casal Kelma e Sandro. Os dois vieram de Juazeiro do Norte, no Ceará, só para correr no Rio de Janeiro. Aliás, só para correr não. Eles também casaram na Cidade Maravilhosa. O casamento foi na sexta-feira, e a comemoração ficou para o fim de semana com a meia maratona no sábado, e a maratona no domingo.
- Eu, gaúcho, ela de Juazeiro, apaixonados por corrida. Resolvemos unir o útil ao agradável. A família vai se reunir aqui no Rio para fazer a festa com a gente - contou o gestor comercial.
Os dois correram todos os 21km lado a lado. Um puxando o outro, um esperando o outro, tentando encaixar o ritmo, para no fim, o tão sonhado momento. Ao cruzarem a linha de chegada, Kelma finalmente jogou o buquê. A plateia que assistia à meia maratona foi à loucura, e uma senhora pegou as flores, mas fez questão de devolver, alegando que não precisava mais casar.
Assim, apesar de toda a experiência de quem já fez 14 maratonas, três ultras e tem 12 anos de corrida, esses 21km serão inesquecíveis...
- Cada prova é uma prova, e essa tem a história do casamento. Então, quando a gente chegou, deu vontade de chorar, de gritar - reconheceu o noivo.
- Por toda história que a gente criou, essa corrida foi diferente. Sem contar que é no Rio - comemorou a nova noiva do pedaço.
Felicidade ao casal.
Sábado em família
Quem sabe no futuro, o casal Kelma e Sandro possa voltar ao Rio para participar de outra prova, a Maratoninha Gloob. Pela primeira vez na Maratona do Rio, a corrida infantil coloriu o Aterro do Flamengo na manhã deste sábado e reuniu 1000 inscritos de 3 a 10 anos, divididos por faixa etária em provas de 100 a 800m.
Para as crianças, pura diversão. Além de correr, os pequenos puderam tirar fotos com personagens como Ladybug, Alvim e os esquilos e Detetives do prédio azul. As medalhas dadas a pais e filhos foi outro capítulo à parte. Unidas, elas formam um coração. Para os pais, a Maratoninha foi a chance de dar exemplo e ensinar a importância do esporte para a nova geração.
- Iniciativa muito legal porque une as famílias. Corri a meia maratona motivado pelo meu filho o tempo todo. Queria chegar a tempo de correr com ele. Senti dor na panturrilha no km 4, mas continuei correndo porque não queria decepcionar meu filho - disse Gastão Nery, que fez a meia maratona em 1h58 e foi, literalmente correndo, encontrar o João Pedro, de cinco anos, para os 400m mais importantes do dia.
* Colaborou Bruna Gosling.
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