Botafogo e Palmeiras podem receber ajuda de rivais pelo título
A última rodada do Brasileirão chegou repleta de decisões e emoções. O Botafogo é favorito para ficar com o título, o Bahia tem o maior potencial para ficar com a última vaga para a Libertadores 2025, e se os favoritos conseguirem em campo confirmar seus potenciais, o Athletico-PR irá jogar a Série B no ano que vem.
Futebol não é matemático. É de uma humanidade ímpar em suas relações coletivas, na busca por superar as limitações. O que a matemática, a estatística e os dados precisos fazem é mapear os desempenhos em campo e apontar potenciais.
Não é a matemática que perde um gol feito, não é a matemática que resiste às pressões externas, assim como não é a matemática que organiza as equipes. São pessoas. E cada decisão certa ou errada é coletada em microdados pela equipe do Espião Estatístico para que o economista Bruno Imaizumi aplique algoritmos que mostram as probabilidades a partir dos pontos fortes e fracos de cada time.
Humanos acordam bem ou mal, fazem o melhor que podem e têm do outro lado adversários que também estão buscando os melhores resultados. O trabalho criterioso da equipe do Espião Estatístico em cada lance nos últimos 11 anos levou à conquista do tricampeonato do Palpite ge ao conseguir acertar mais resultados de jogos de Brasileirão do que os demais concorrentes. São a seriedade e o talento de nossos adversários que determinam o tamanho dessa conquista. Um imenso privilégio profissional.
Se os favoritos vão se impor e as previsões se realizarão, só saberemos depois do jogo. Dados não medem o coração de cada um. Agora, é possível ver no quadro abaixo quem disputará a Série B com as combinações possíveis de cada resultado. Clique nos escudos para reorganizar as possibilidades.
Analisamos 112.458 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.549 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
Para ver todos os dez jogos, use as setas do quadro abaixo. As analises das partidas estão uma ao lado da outra.
Para ver os outros jogos, clique nas setas que estão antes da análise.
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 112.458 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.549 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Igor Mattos, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti.
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