Fumaça branca na Colina! O Vasco da Gama anunciou a contratação de Fábio Carille como seu novo treinador para a temporada de 2025.
Após a recusa de Renato Gaúcho, Carille e Vasco chegaram a um acordo em poucas horas na quinta, dia 19 de dezembro. A experiência no futebol brasileiro, com títulos de Série A e Série B, e a solidez defensiva de seus times foram fatores levados em conta na contratação.
Aos 51 anos de idade, Carille treinará sua quarta equipe no futebol brasileiro.
Ele teve começo meteórico como treinador principal, com um título Paulista e Brasileiro pelo Corinthians, em 2017. No Santos, foi decisivo ao tirar o time da zona de rebaixamento em 2021. Foi vice-campeão Paulista e campeão da Série B neste ano.
Qual é o perfil tático de Carille? Como ele pode montar o Vasco? Confira abaixo!
4-2-3-1: esquema tático preferido
Carille não “larga” de seu esquema favorito, o 4-2-3-1. Foi assim que montou o Corinthians em 2017 e 2019 e o Santos no ano passado, com uma linha de meias composta por Guilherme na direita, Giuliano centralizado e Otero na esquerda, tendo Julio Furch como referência no ataque.
O técnico usou o mesmo esquema em passagens na Arábia e no Japão. No V-Varen Nagasaki, a linha de meias era formada por Masaru Kato, Sawada e Clayson, ex-Corinthians. Abaixo, um exemplo do 4-2-3-1 no Santos.
Saída de bola conservadora, focada nos lados
Carille costuma se adaptar ao elenco que tem, mas gosta de segurança na hora de sair jogando. No Corinthians, ele montava a saída de bola do time com pouca participação dos volantes. Na época, Ralf ficava mais próximo dos zagueiros e um dos laterais vinha buscar a bola, por dentro. A saída era feita em triangulações simples nos lados, com toques rápidos em direção à área.
Naquela época, Guilherme Arana tinha mais liberdade para se movimentar por dentro. No Santos, Aderlan e Felipe Jonathan no Santos jogavam, dessa forma. Carille chegou a citar a vinda de Aderlan, que acabou não se tornando titular absoluto, para cumprir esse papel. Essa estratégia visa criar superioridade numérica nas laterais, permitindo triangulações e cruzamentos precisos para o centroavante.
Importância de pontas “tradicionais”
Carille não abre mão de ter ponteiros clássicos em seus times. No 4-2-3-1, ele busca variar: um dos pontas é mais tradicional, de correria e drible. O outro é mais construtor e puxa mais pelo meio, ajudando os volantes e meias a criarem jogadas.
No Corinthians, Romero era o ponta tradicional e Jadson funcionava como ponta construtor. No Santos, Guilherme se destacou na Série B e Otero (ou Cazares) eram escalados pelos lados, fazendo o papel de buscar jogadas por dentro.
Alô, Vegetti! Carille ama camisas nove tradicionais
O novo treinador do Vasco sempre demonstrou preferência por equipes que com um camisa 9 clássico, um centroavante de referência. Ele gosta de um nove que consiga atuar de costas para o gol, fazendo o pivô para os meias que chegam de trás, além de ser eficaz nas finalizações.
No Corinthians de 2017, Jô cumpriu esse papel com excelência, e Julio Furch foi importante ao Santos no ano passado. Tudo indica que Pablo Vegetti terá ligar cativo como homem de confiança no ataque.
Fase defensiva sólida e conservadora
A fama de retranqueiro realmente acompanha Carille, mas é importante destacar que seus times são eficientes sem a bola. O esquema 4-2-3-1 se transforma em duas linhas de quatro na fase defensiva, evidenciando a compactação que dificulta a penetração adversária.
A defesa opera em "linhas baixas", protegendo a própria área ao invés de avançar no campo adversário. Isso significa que o time não adota uma marcação por pressão, mas sim um posicionamento estratégico, gerando a impressão de uma equipe mais defensiva.
Podcast lista os motivos da escolha do Vasco por Fábio Carille para treinador
Esse fator foi decisivo na contratação. O Vasco terminou o último Brasileirão com 56 gols sofridos – a quarta pior defesa da competição, superada apenas por Atlético-GO, Criciúma e Juventude.
A chegada do treinador reflete a busca por equilíbrio e maior solidez defensiva, características marcantes de suas equipes, num contexto de manutenção do time na Série A e busca por bom desempenho na Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.
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