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Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ

Andre Durão

Depois de quatro rodadas a seleção brasileira voltou a vencer pelas Eliminatórias para o Mundial de 2026. O triunfo pela contagem mínima diante do Equador, em Curitiba, fez o time subir para a 4ª colocação e pode dar um pouco mais de tranquilidade para o jogo contra o Paraguai. Após um 1º tempo de imposição, o Brasil caiu de produção na 2ª etapa, mas fez um jogo seguro na defesa.

O sentimento ao término do jogo acaba misturando certa frustração com resiliência. Sabe-se que muito pouco foi feito ao longo deste ciclo para ter uma equipe mais confiável neste momento. Ao mesmo tempo, porém, o comportamento ofensivo depois do intervalo poderia ter sido outro.

Escalações

Dorival Junior confirmou o Brasil com Luiz Henrique pelo lado direito do ataque e André como volante. Já Sebastián Beccacece, em sua estreia pelo Equador, montou um 3-5-2. Improvisou Alan Franco na ala-direita. Preciado foi o desfalque no setor. A promessa Kendry Paez ficou no banco. Sarmiento formou o meio com Jhegson Méndez e Moisés Caicedo.

Como Brasil e Equador iniciaram o duelo válido pela 7ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa 2026 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Ganhar confiança na primeira etapa jogada depois de uma competição de desempenho ruim era necessário, e o Brasil conseguiu alcançar esse feito. Dominou a seleção equatoriana nos 48 minutos do 1º tempo, abriu o placar, encaixou algumas boas combinações entre meias e atacantes, e só sofreu um susto na parte defensiva.

Rodrygo abriu o placar em chute desviado da entrada da área aos 29 minutos, e se destacou pela mobilidade a partir do centro do ataque. Pouco ficou entre os zagueiros. Flutuou para os dois lados da intermediária, tentou dialogar com Paquetá, André e Bruno Guimarães. Fez algumas trocas de posição com Vinícius Jr pela esquerda. Procurou sempre se aproximar do setor da bola.

É verdade que faltou mais profundidade pelo centro em diversos ataques, mais presença na área também. Mas sobrou superioridade na intermediária e capacidade de trocar passes. O lance do gol é o melhor exemplo. Principalmente pelo movimento de André e a precisão de Paquetá para achar Rodrygo antes da finalização. Jhegson Méndez ficou em inferioridade em seu setor.

Rodrygo em Brasil x Equador — Foto: Getty Images

André foi o dono da ''cabeça-da-área''. Interceptou bolas, venceu duelos, e procurou conectar rapidamente o ataque. Em um desses lances, Vini Jr quase abriu o placar. Paquetá fez um jogo de imposição, mobilidade e boas decisões com a bola. Ambos foram determinantes também em algo bem feito pela equipe: as pressões pós-perda.

O Brasil reagiu de forma agressiva e rápida ao sofrer um desarme ou errar um passe. Esse comportamento fez com que os equatorianos encontrassem muitos problemas para contra-atacar. Só conseguiram tal jogada no último minuto dos acréscimos, mas Alisson e Gabriel Magalhães impediram o gol de Moisés Caicedo.

Os zagueiros esbanjaram vitalidade e capacidade de antecipação nos embates com Kevin Rodriguez e Enner Valência. Guilherme Arana teve mais liberdade em relação a Danilo. O lateral da Juventus ficou preso à saída de bola com Marquinhos e Magalhães, mas encaixou bons passes para um Luiz Henrique bem aberto pela direita. O ponta do Botafogo deu trabalho a Hincapié. Não sentiu a estreia.

Pelo lado esquerdo, Arana alternou ataques mais abertos, liberando movimentos de Vini Jr para o centro, com avanços pela meia-esquerda, tentando atacar o espaço entre Alan Franco e Félix Torres, e liberar espaço para o atacante do Real Madrid achar Paquetá ou Rodrygo na entrada da área. O funcionamento desta combinação pode melhorar.

Lucas Paquetá em Brasil x Equador — Foto: Lucas Gabriel Cardoso/AGIF

Tentando melhorar a capacidade de marcação de sua equipe no setor de meio-campo e aumentar a capacidade de criação, Beccacece colocou Gruezo e o talentoso Kendry Paez no intervalo. Sacou Sarmiento e Jhegson Méndez. O time conseguiu trocar passes por mais tempo dentro do campo brasileiro, mas a Seleção manteve-se segura defensivamente.

O time de Dorival reduziu o ritmo na 2ª etapa. Pareceu ter perdido a concentração para manter-se agressivo com a bola. O treinador colocou Estevão e Gérson em campo. Tirou Luiz Henrique e Bruno Guimarães. O volante do Newcastle não foi bem. Ficou desconfortável ao receber a bola de costas pro gol adversário e mais adiantado em algumas jogadas.

Com um posicionamento mais adiantado com e sem a bola do Equador, a seleção brasileira encontrou mais espaços para ataques rápidos e diretos. Estevão participou bem ao raspar de cabeça um lançamento de Danilo. Vini Jr, mais uma vez abaixo do que pode render, quase ampliou. Paquetá e Arana - lesionado - cederam lugar a Lucas Moura e Wendell.

João Gomes foi o último a entrar no lugar do extenuado André. A morosidade da equipe na reta final da partida fez com que alguns apupos surgissem na arquibancada do Couto Pereira. Já com Yeboah, Mercado e Medina em campo, o Equador rondou a área canarinho, mas não foi capaz de levar perigo. A última linha de defesa brasileira se comportou muito bem.

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