O ministro da Reconstrução do Japão, Ryu Matsumoto, anunciou nesta terça-feira (5) que pediu demissão, apenas uma semana após ter assumido o cargo, devido a declarações polêmicas nas zonas devastadas pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março, o que constitui mais um duro golpe para o primeiro-ministro Naoto Kan.
Ryu Matsumoto, de 60 anos, estava sob o fogo da oposição conservadora por dizer ao governador da devastada prefeitura (equivalente japonês aos estados brasileiros) de Iwate (noreste) que "a ajuda irá para as regiões que tiverem ideias, e não para as outras". Os japoneses consideraram a declaração uma ofensa.
Durante visita ao governador de outra prefeitura devastada, a de Miyagi, o ministro foi pouco educado, reprovando seu anfitrião por tê-lo feito esperar.
Matsumoto também declarou que o Estado "não fará nada" se as autoridades locais não chegarem a um acordo sobre a reconstrução dos estabelecimentos pesqueiros.
A renúncia é uma má notícia para Naoto Kan, cuja popularidade está em um nível muito baixo e tem a cabeça pedida pela oposição.
Kan já afirmou que não partirá sem antes aprovar três leis no Parlamento, ligadas a um segundo esforço orçamentário para a reconstrução, à emissão de bônus do Estado e ao uso de energias renováveis.