O Japão proibiu nesta terça-feira (19) a distribuição de toda a carne bovina produzida na região da usina nuclear de Fukushima, após confirmar que mais de 600 vacas foram alimentadas com ração contaminada por césio radioativo que vazou da central atômica, após os desastres naturais de 11 de março, informou o ministro porta-voz Yukio Edano.
Edano informou ainda que o governo vai oferecer compensações aos fazendeiros.
Horas antes, as autoridades japonesas confirmaram que pelo menos 648 vacas foram alimentadas com ração contaminada pelas emissões radioativas da usina nuclear de Fukushima, o que aumentou a preocupação pela distribuição de carne com césio radioativo.
Nas últimas horas, foram detectados 505 novos casos de animais alimentados com ração contaminada, que se somam aos 143 analisados desde 10 de julho, quando pela primeira vez foram registrados níveis deste isótopo radioativo acima dos permitidos na carne de seis vacas procedentes de Fukushima.
O governo já havia pedido aos criadores da região que parassem de distribuir carne.
Dos 505 novos casos, 411 procedem de sete fazendas na província de Fukushima, onde se situa a usina danificada pelo tsunami e o terremoto de março. A ração de uma destas sete explorações, situada em Motomiya, 57 km ao noroeste da usina, continha 690 mil becquerels de césio por quilo, 1.380 vezes o limite permitido pelo governo japonês e a máxima concentração registrada até o momento.
Outras 24 vacas das detectadas nesta segunda-feira (18) foram criadas na província de Niigata (noroeste) e alimentadas com ração da província de Miyagi, que faz fronteira com Fukushima, enquanto as 70 restantes procedem de quatro fazendas da província de Yamagata, também ao norte da central atômica.
A carne destas 505 vacas foi distribuída em pelo menos 38 das 47 províncias japonesas, segundo a agência "Kyodo".
O Ministério da Saúde do Japão, porém, indicou que a ingestão de carne com níveis de césio radioativo superiores ao limite fixado pelo governo não afeta seriamente a saúde.
(*) Com informações das agências de notícias Efe e France Presse