CNU: os próximos passos depois da prova do ‘Enem dos concursos’
O Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como "Enem dos concursos", centraliza em uma única prova os concursos autorizados para a seleção de servidores públicos em diferentes órgãos do governo federal. É a primeira vez que isso acontece.
Nesta estreia, estão em jogo 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. Os candidatos poderiam concorrer a várias das oportunidades disponíveis pagando somente uma taxa de inscrição.
As provas foram aplicadas no dia 18 de agosto, em mais de 200 cidades pelo país.
As inscrições terminaram em fevereiro e, inicialmente, as avaliações seriam em 5 de maio, mas foram adiadas devido à chuva histórica no Rio Grande do Sul.
Veja abaixo o que se sabe sobre a seleção e os próximos passos.
- Quando sai o resultado?
- Como foram as provas?
- Veja os GABARITOS oficiais
- Reembolso da taxa de inscrição
- Editais e divisão por áreas (blocos)
- Todas as vagas e salários
- Onde as provas foram aplicadas?
- Quantas pessoas se inscreveram? Qual o perfil? E os blocos mais concorridos?
- Como foi o processo de inscrição?
- Esquema de segurança e canal de dúvidas e denúncias
- Por que o governo decidiu unificar os concursos?
1. Cronograma do concurso
- Publicação do edital: 10/01/2024
- Inscrições: 19/01 a 09/02/2024
- Divulgação dos cartões de confirmação: 7 de agosto
- Aplicação das provas: 18 de agosto
- Divulgação preliminar dos gabaritos: 20 de agosto
- Divulgação das notas finais: 8 de outubro
- Envio dos títulos: 9 e 10 de outubro
- Divulgação da lista de aprovados: 21 de novembro
- Início da convocação para posse: janeiro de 2025
As provas do CNU estavam previstas para o dia 5 de maio, mas foram adiadas dois dias antes em virtude das chuvas históricas no Rio Grande do Sul. Segundo o governo, seria impossível aplicar o exame no estado.
No dia 23 de maio, o Ministério da Gestão anunciou a nova data para a aplicação das provas: 18 de agosto. E explicou que novos cartões de confirmação, com detalhes sobre os locais de prova, seriam divulgados no dia 7 de agosto.
Semanas depois, o governo detalhou todo o novo cronograma do CNU, com as datas de divulgação da lista de aprovados e o início da convocação para posse. Além disso, definiu regras para evitar um novo adiamento do exame (saiba mais).
2. Como foram as provas?
A banca responsável pela elaboração da prova é a Fundação Cesgranrio, que, além de outros concursos, já realizou edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual o CNU se inspirou.
As provas foram aplicadas em dois turnos:
Manhã (2h30 de prova):
- nível superior: 20 questões de múltipla escolha de conhecimentos gerais + questão discursiva de conhecimentos específicos do bloco temático;
- nível médio: 15 questões de múltipla escolha + redação.
Tarde (3h30 de prova):
- nível superior: 50 questões provas de múltipla escolha de conhecimentos específicos para cada bloco;
- nível médio: 45 questões de múltipla escolha.
As provas de cada bloco tiveram, ainda, mais de uma versão, assim como no Enem: as questões eram as mesmas, só que em ordens diferentes.
Os aprovados em vagas para cotas também deverão fazer:
- perícia médica (avaliação biopsicossocial), para a reserva de vagas das pessoas com deficiência;
- procedimento de verificação da condição declarada, para as pessoas negras;
- e procedimento de verificação documental complementar, para indígenas.
Além disso, para alguns cargos, a seleção terá uma segunda etapa da seleção, de avaliação de títulos (como pós-graduações ou especializações exigidas).
3. Gabaritos
O governo federal divulgou, no dia 20 de agosto, os gabaritos preliminares oficiais das provas objetivas do CNU. O prazo para contestar o enunciado ou a resposta correta de alguma questão terminou no dia 21.
CONFIRA OS GABARITOS ABAIXO:
No próprio dia do exame, o g1 divulgou um gabarito extraoficial, feito pelos professores do Estratégia Concursos. Os especialistas também corrigiram, ao vivo, questões que foram destaque na prova (assista aqui).
4. Reembolso da taxa de inscrição
Por causa do adiamento das provas, o governo chegou a estabelecer um prazo para os candidatos que desistiram de participar do CNU solicitassem o reembolso da taxa de inscrição.
Na época, o ministério disse que o valor seria depositado na conta do candidato após a data de aplicação do concurso.
No dia 29 de agosto, mais de dez dias depois do exame, o Ministério da Gestão publicou uma nota dizendo que a devolução da taxa de inscrição "começará a ser processada após a finalização da digitalização dos cartões de resposta".
"As pessoas que solicitaram a devolução conforme as regras e prazos estabelecidos nos editais do CPNU deverão aguardar a conclusão desses procedimentos. A partir de então, o Ministério da Gestão comunicará os procedimentos para devolução", orientou.
5. Editais e divisão por áreas (blocos)
O concurso possui oito editais, um para cada bloco temático (área de atuação) nos quais os candidatos podiam se inscrever, com informações sobre as vagas, salários, conteúdo das provas, critérios de classificação e composição das notas finais.
São sete blocos para cargos que exigem nível superior de escolaridade (1 a 7) e um para nível médio (bloco 8):
- Bloco 1: Infraestrutura, Exatas e Engenharias
- Bloco 2: Tecnologia, Dados e Informação
- Bloco 3: Ambiental, Agrário e Biológicas
- Bloco 4: Trabalho e Saúde do Servidor
- Bloco 5: Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos
- Bloco 6: Setores Econômicos e Regulação
- Bloco 7: Gestão Governamental e Administração Pública
- Bloco 8: Nível Intermediário
Os editais e suas retificações estão disponíveis neste link.
6. Todas as vagas e salários
Estão em jogo 6.640 vagas, em 21 órgãos federais. E quem passar não terá que, necessariamente trabalhar em Brasília, a sede do governo. Existem vagas em todos os estados, além do Distrito Federal.
Do total de postos, 5% serão reservados para pessoas com deficiência (PCDs) e 20% para pessoas negras. Nos cargos da Funai, 30% das oportunidades serão destinadas para indígenas (saiba mais).
O maior salário inicial será o de auditor-fiscal do trabalho (AFT), do Ministério do Trabalho. Esse é também o cargo com a maior quantidade de vagas do concurso (900) e o que teve mais inscritos entre os que exigem ensino superior.
Navegue pela tabela abaixo para conferir os cargos, o número de vagas e os salários iniciais.
Abaixo, saiba como foram distribuídos os cargos entre as cidades.
7. Onde as provas foram aplicadas?
As provas foram realizadas em 228 municípios brasileiros. Os locais exatos de aplicação para cada candidato foram indicados nos cartões de confirmação, divulgados no dia 7 de agosto.
8. Quantas pessoas se inscreveram? Qual o perfil? E os blocos mais concorridos?
Pouco mais de 2 milhões de pessoas se inscreveram no "Enem dos concursos", um recorde para concursos públicos, segundo o governo. Apesar disso, menos da metade (970 mil) de fato compareceu às provas.
Antes disso, o concurso com mais inscritos no país era o do Banco do Brasil, realizado em 2021. Na época, 1,6 milhão de pessoas se inscreveram para concorrer a vagas de escriturários.
A maioria dos candidatos no CNU são mulheres (53%) e 20,5% têm renda entre R$ 2,8 mil e R$ 4,2 mil. Saiba mais abaixo.
Perfil dos candidatos do "Enem dos concursos' — Foto: g1
Considerando a escolha de blocos, 694.551 disputam cargos que exigem ensino médio (bloco 8).
Dos 1,4 milhão que concorrem a vagas para ensino superior, 20% escolheu cargos no bloco 7 (Gestão Governamental e Administração Pública).
9. Como foi o processo de inscrição?
O prazo começou no dia 19 de janeiro e terminou em 9 de fevereiro. O participante podia se inscrever em quantos cargos quisesse dentro de uma mesma área de atuação (o chamado "bloco temático"). São oito no total (veja os editais).
Depois de escolher o bloco, o candidato deveria ordenar a sua preferência entre os cargos e as especialidades disponíveis. Caso desejasse, ele também poderia se inscrever somente para uma vaga específica.
Independentemente do número de cargos que escolhesse, só era necessário pagar uma única taxa de inscrição. O valor era de R$ 60 para vagas de nível médio e R$ 90 para nível superior.
Podiam pedir isenção da taxa inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea e quem for ou já tenha sido bolsista do Prouni ou Fies. O prazo para a solicitação terminou em 26 de janeiro.
10. Esquema de segurança e canal de dúvidas e denúncias
O esquema de segurança do CNU envolveu mais de 200 mil agentes, incluindo integrantes da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que vão monitorar todo o evento em centrais que foram criadas para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Para evitar fraudes, os candidatos tiveram as digitais coletadas, precisaram comprovar sua identidade também pela grafia (escrevendo uma frase antes da prova) e não puderam levar o caderno de provas para casa.
No dia 18 de julho, um mês antes da prova, o governo anunciou que os inscritos receberiam uma folha, que poderia ser levada para casa, para anotar as respostas que colocaram.
O Ministério da Gestão possui um canal oficial de atendimento para dúvidas e denúncias sobre o concurso: [email protected]. Além disso, o endereço do site oficial é gov.br/gestao/concursonacional.
11. Por que o governo decidiu unificar os concursos?
A proposta foi desenhada após a procura de alguns órgãos que tiveram concursos autorizados e relataram ter dificuldade de organizar os certames por conta própria, segundo José Celso Cardoso, secretário de Gestão de Pessoas do Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
De acordo com a pasta, a estratégia visa democratizar o acesso às vagas ofertadas pelo poder público e racionalizar os custos.
A intenção do Ministério da Gestão é criar algo similar ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja nota é usada por centenas de faculdades e universidades de todo o país em substituição ao vestibular tradicional.
A ideia de cobrar uma única taxa para concorrer a diversos concursos reunidos em um só e descentralizar a aplicação das provas de locais como Brasília, onde fica a sede da maioria dos órgãos federais, é para que mais pessoas possam ter acesso à seleção.
Com isso, o governo espera também diversificar o perfil dos servidores.
O modelo de concurso unificado foi criado por um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado no "Diário Oficial da União" do dia 29 de setembro de 2023.
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