Por Paula Salati, Lara Castelo, Marcelo Tuvuca


Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

📟Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960. Ele se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares. No Brasil, eles ficaram conhecidos como "bipes".

Imagem de um pager (bipe) usado no Brasil na década de 1990. — Foto: Wikimedia Commons

Esses equipamentos utilizavam transmissões de rádio para que as pessoas pudessem enviar e receber mensagens. Cada pager possuía um código – semelhante a um número de telefone.

Mas essa comunicação não era feita de forma direta, como enviar um WhatsApp ou um SMS.

Para se comunicar com alguém, a pessoa precisava ligar para uma central telefônica e informar a um atendente para qual número ela gostaria de enviar uma mensagem. O conteúdo deveria ser curto.

Feito isso, a mensagem aparecia na tela do pager do destinatário.

Esses dispositivos podiam ser unidirecionais, ou seja, só recebiam mensagens, ou bidirecionais, quando também respondiam, acrescenta Kim Rieffel, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac).

Com o tempo e o desenvolvimento de outras tecnologias, os pagers deixaram de ser tão usados. Atualmente, o seu uso é associado a uma forma de reduzir os riscos de invasões ou minimizar as suas consequências, segundo Rieffel.

"Isso acontece porque, diferente dos smartphones, os pagers não usam internet, mas sim ondas de rádio, o que dificulta a sua invasão. Ainda, o risco de exposição de dados após uma invasão de pagers é menor, já que eles não suportam muitas informações", pontua o especialista.

(CORREÇÃO: ao ser publicada, esta reportagem trazia a informação errada de que os pagers bidirecionais usavam a internet para transmitir mensagens. Na verdade, eles usavam ondas de rádio. A informação foi corrigida às 21h12.)

Pagers do Hezbollah

Não há informações sobre qual é a tecnologia dos pagers utilizados pelo Hezbollah.

O que se sabe é que eles passaram a ser usados depois que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu a seus combatentes, especialmente os que estão na linha de frente na fronteira sul do Líbano com Israel, que parassem de usar smartphones, porque o país vizinho poderia rastrear os aparelhos.

Os pagers não têm geolocalização.

De acordo com a Al Jazeera, fontes da segurança libanesa informaram que os pagers que explodiram foram importados pelo Hezbollah há 5 meses. Dentro dos equipamentos, foram identificadas cargas explosivas de menos de 50 gramas.

Um membro do Hezbollah disse à agência que os pagers esquentaram antes de explodir. Os equipamentos eram de uma marca que não era comumente usada pelo grupo.

Após o incidente desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.

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