Por Murillo Otavio, Gabriel Croquer, g1


Em março deste ano, quase dois anos depois da chegada da internet 5G ao Brasil, uma a cada três cidades com antenas compatíveis ainda não disponibilizava a tecnologia.

(Correção: em uma primeira versão deste texto, constava a comparação entre dados sobre antenas existentes em maio deste ano com dados sobre antenas operantes em março. A comparação não é válida, uma vez que precisam ser relacionados dados necessariamente referentes ao mesmo período. O g1 corrigiu a informação às 17h16 deste domingo (2).)

Até o dia 3 de abril deste ano, dos 5.570 municípios brasileiros, 706 possuíam antenas compatíveis, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No entanto, de acordo com dados de março da agência 212 desses municípios ainda não utilizavam efetivamente a rede.

Essa diferença nos números acontece porque em algumas cidades com antenas ainda pode levar algum tempo para finalizar o processo de autorização para ativar o sinal.

Para operar o 5G em uma cidade, as empresas precisam de licenciamentos municipal e federal. A Conexis Brasil Digital, associação que representa as operadoras, afirmou que as empresas enfrentam entraves para conseguir licenciamento em cidades que ainda não contam com leis de antenas atualizadas, mas, ainda assim, diz estar adiantada nas metas para disponibilização.

O cronograma prevê que ela seja completamente implementada nas 26 capitais e no Distrito Federal até julho de 2025. E só a partir dessa data começam a vencer os prazos para a tecnologia chegar a cidades menores.

Cronograma

O cronograma para a implementação da rede 5G no Brasil foi divulgado em 2021, pela Anatel. Brasília foi a primeira capital onde a tecnologia foi autorizada, em julho daquele ano.

Os primeiros três passos, voltados para as capitais, já foram cumpridos, segundo a agência:

  • capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 100 mil habitantes, cujo prazo era até 27 de novembro de 2022;
  • capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes; previsto para 31 de julho de 2023;
  • capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes, estabelecido para 31 de julho de 2024.

"Se compararmos o cronograma com o que está sendo feito, nós estamos bem adiantados. Porque as obrigações para 2024 nós já cumprimos", disse Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis, ao g1.

Ainda de acordo com a agenda da Anatel, a próxima meta, que deve ser realizada até 31 de julho de 2025, é que as capitais e o DF, e também as cidades com mais de 500 mil habitantes, tenham uma antena a cada 10 mil habitantes.

Vale lembrar que, além da disponibilização do sinal pelas operadoras, para usar o 5G é necessário ter um celular compatível.

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