Por Alessandro Feitosa Jr, Victor Hugo Silva e Luciana de Oliveira, g1


G1 Explica: a revolução do 5G

G1 Explica: a revolução do 5G

O sinal da internet 5G está ativado em todas as capitais do país. Nesses locais, é possível ter acesso à versão "pura" da tecnologia, chamada "standalone" (SA), que oferece mais velocidade e um baixíssimo tempo de resposta — é o fim do "delay".

Mas ainda são poucos os usuários do 5G "puro": além de ser necessário ter um celular compatível com a nova rede, a operadora precisa oferecer essa versão.

É ele que promoverá, no futuro, uma revolução na indústria, nos veículos, nos ambientes de realidade virtual, na telemedicina, entre outras áreas.

Também está disponível nas grandes cidades brasileiras a conexão 5G "non-standalone" (NSA), que oferece alta velocidade, mas não tem um tempo de resposta (latência) tão baixo.

Ela atende a quem espera uma navegação bem mais rápida que o 4G e vai predominar no Brasil e no mundo por um bom tempo.

Aliás, também vai demorar para que o 5G chegue a todo o Brasil: a previsão é dezembro de 2029. Além disso, apenas celulares compatíveis conseguem captar o sinal.

Veja perguntas respostas sobre o 5G:

O que é o 5G?

É a nova geração de internet móvel, uma evolução da conexão 4G atual.

A promessa é que ela trará mais velocidade para baixar e enviar arquivos, reduzirá o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e tornará as conexões mais estáveis.

5 mudanças do 5G na vida das pessoas

5 mudanças do 5G na vida das pessoas

Essa evolução da rede vai permitir conectar muitos objetos à internet ao mesmo tempo: celular, carro, semáforo, relógio. Tudo isso já pode ser ligado ao 4G, mas é esperada uma melhoria na conexão.

Masssssss... isso tudo será possível quando acontecer a massificação da conexão 5G "standalone" (SA) ou "autossuficiente", na tradução livre para o português. E vai demorar.

Por ora (e provavelmente pelos próximos anos), a conexão predominante no 5G é a "non-standalone", que tem alta velocidade, mas cujo tempo de resposta (latência) não é tão pequeno quanto o da SA. Ela usa parte da estrutura do 5G e parte do 4G.

Desde 2020, as operadoras já propagandeavam o "5G", mas, na verdade, ofereciam o DSS, uma experiência de transição para a nova geração que acontecia totalmente na estrutura 4G, com poucas mudanças na prática.

Entenda o que muda com o 5G — Foto: Kayan Albertin/g1

Quando o 5G chegará à minha cidade?

A primeira capital a ter oferta em larga escala da quinta geração de internet móvel foi Brasília, no começo de julho de 2022.

Algumas cidades, como Franca (SP), Uberaba e Uberlândia, ambas em Minas Gerais, chegaram a ter antes a ativação do sinal, em escala menor em uma faixa diferente da principal.

Mas para que todo o país tenha o 5G ainda vai levar um tempo. Primeiro porque o sinal não cobre toda a cidade de uma vez: em Brasília, a cobertura começou com 80% da área, por exemplo. Em São Paulo, 25%. E nem todos os usuários têm acesso ao "5G puro".

A expectativa de fontes ligadas ao setor ouvidas pelo g1 , em 2021, era de que levaria de 2 a 4 anos para que o 5G estivesse efetivamente disponível em diversos bairros das maiores cidades do país.

Isso porque, como apontou o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedra, em setembro de 2021, o 5G vai exigir muito mais antenas do que o previsto no edital do leilão para entregar todo o seu potencial. Por isso, o serviço ficaria restrito a uma pequena área das capitais num primeiro momento.

No edital do leilão estava previsto que o 5G deveria funcionar nas 26 capitais do Brasil, além do Distrito Federal, em julho de 2022. Mas isso não aconteceu.

"(...) a implantação do 5G em julho de 2022 seria apenas para inglês ver, sem efeitos práticos para quase a totalidade da nossa população", antecipou Cedraz.

O cronograma oficial foi adiado duas vezes pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A previsão inicial para ativação mínima em todas as capitais era setembro de 2022, mas isso só aconteceu em outubro daquele ano, um mês antes do segundo prazo vencer.

Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação ainda é julho de 2029.

Veja o cronograma completo da Anatel (a sigla ERB equivale a antenas):

  • 27 de novembro de 2022: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 100 mil habitantes
  • 31 de julho de 2023: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes
  • 31 de julho de 2024: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes
  • 31 de julho de 2025: capitais e Distrito Federal e cidades com mais de 500 mil habitantes tendo uma ERB a cada 10 mil habitantes
  • 31 de julho de 2026: cidades com mais de 200 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2028: pelo menos 50% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes
  • 31 de julho de 2029: todas as cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes

Nos municípios com até 30 mil habitantes, a agência determina a instalação de até cinco estações rádio base, conforme o tamanho da população. Veja o cronograma para estas cidades:

  • 31 de dezembro de 2026: 30% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2027: 60% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2028: 90% dos municípios com até 30 mil habitantes
  • 31 de dezembro de 2029: 100% dos municípios com até 30 mil habitantes

Por que um cronograma tão longo? As operadoras que venceram o leilão se comprometeram a investir em infraestrutura para oferecer a conexão, como instalação de fibras ópticas. Mas, segundo a Anatel, faltam equipamentos para elas fazerem a "limpeza da faixa" de 3,5GHz, que será usada pelo 5G.

Esse procedimento é necessário porque essa faixa também é usada para transmissão do sinal da TV parabólica e o Ministério das Comunicações definiu que a implantação do 5G não poderia prejudicar as pessoas que assistem TV aberta e gratuita.

Quem usa esses equipamentos vai ter que trocar o aparelho por um digital, para não perder o sinal televisivo. Para pessoas de baixa renda, o equipamento novo é gratuito.

O que significa Mbps, Gbps, MHz e GHz?

  • Hz: hertz, é a unidade de medida de frequência de ondas e equivale a um ciclo por segundo.
  • MHz: megahertz, representa 1 milhão de hertz (1 milhão de ciclos por segundo).
  • GHz: gigahertz, representa 1 bilhão de hertz (1 bilhão de ciclos por segundo).
  • Bps: bits por segundo, é a menor unidade medida de transmissão de dados por segundo.
  • Mbps: megabits por segundo, representa 1 milhão de bits por segundo.
  • Gbps: gigabits por segundo, representa 1 bilhão de bits por segundo.

O que são as faixas do 5G?

Logo do 5G. — Foto: ERIC PIERMONT/AFP

As faixas do 5G são as frequências em que a rede opera. Uma analogia usada para explicar as faixas são "rodovias" no ar por onde circulam os dados de internet.

É isso o que foi leiloado pelo governo brasileiro e permitirá que as operadoras passem a oferecer a conexão.

Ao comprar uma faixa, uma empresa pode fazer a exploração econômica (oferecendo conexão para as pessoas por exemplo), mas também precisa cumprir com obrigações previstas pela Anatel (veja mais abaixo quais são).

No Brasil, foram leiloadas faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz. As principais faixas para o 5G serão:

  • 3,5 GHz, a "principal", que vai permitir conexões rápidas em longo alcance; é ela que está sendo ativada aos poucos pela Anatel;
  • 26 GHz, chamada de faixa milimétrica e que vai permitir as aplicações com tempo mínimo de resposta, mas que exige a instalação de mais antenas por ter um alcance de sinal limitado.

A exigência de mais antenas na faixa de 26 GHz e as demandas de cobertura da Anatel são vistas como desafios pelo setor de telecomunicações, pois as regras para a instalação delas são definidas por cada município.

A Lei das Antenas, sancionada em 2015, foi criada para facilitar o processo de instalação de antenas de redes móveis.

Em 2020 um decreto presidencial regulamentou alguns aspectos, como o silêncio positivo, que permite a instalação dos equipamentos após 60 dias caso não haja manifestação por parte de órgãos ou entidades municipais – desde que o pedido siga em conformidade com a legislação.

Instalação de antenas 5G da empresa sueca Ericsson, na Coreia do Sul. — Foto: Divulgação/Ericsson

O quanto o 5G é melhor que o 4G (na prática)?

A média da velocidade 4G no Brasil foi de 21,6 Mbps (megabits por segundo) no primeiro trimestre de 2022, de acordo um relatório da consultoria OpenSignal.

O valor pode variar de região para região, da operadora utilizada e até mesmo do horário em que uma pessoa acessa a rede.

Uma conexão 4G com excelente performance chega a próximo 100 Mbps, segundo Leonardo Capdeville, chefe de inovação tecnológica da TIM.

"Se fizermos uma analogia com o mundo real, 100 vezes mais rápido é a diferença de velocidade entre um ciclista de alta performance e um caça de guerra", afirmou Capdeville.

O 5G, por sua vez, pode chegar à velocidade entre 1 e 10 Gbps – uma diferença de 100 vezes ou mais em relação ao 4G.

Comparativo de velocidade de download nas redes 4G e 5G na estreia em Brasília

Comparativo de velocidade de download nas redes 4G e 5G na estreia em Brasília

Nem sempre o 5G vai atingir as velocidades absolutas, mas a melhora pode ser significativa.

Segundo especialistas, a melhora na velocidade pode ser vista tanto por quem usar o 5G "puro", chamado "standalone" (SA) quanto o "non-standalone" (NSA), que ainda predominará por um bom tempo no Brasil e no mundo.

Mas o 5G SA se destaca pela "ultrabaixa" latência, o tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele "delay" que acontece em ligações em vídeo, quando é preciso esperar uns segundos até que a pessoa do outro lado veja e ouça o que falamos.

"No 4G, quando é muito boa a latência, ela é de 50 a 70 milissegundos. No 5G, pode ficar de 1 a 5 milissegundos. Estamos falando em reduzir numa ordem de 10 vezes o tempo que uma informação leva para percorrer a rede", disse Capdeville.

Outra característica do 5G SA, que o difere das gerações de rede anteriores, é que ele poderá lidar com muito mais dispositivos ligados ao mesmo tempo. A conexão também será mais confiável, pois um aparelho vai poder se conectar com mais de uma antena ao mesmo tempo. Isso é que vai revolucionar áreas como a indústria, a telemedicina, ambientes de realidade virtual, carros autônomos, entre outras.

Infográfico mostra vantagens do 5G em relação ao 4G. — Foto: Wagner Magalhães/Arte G1

O que o 5G vai permitir?

Essas melhorias de velocidade, tempo de resposta e confiança do 5G "standalone" (SA) na rede prometem abrir um leque de aplicações, segundo especialistas.

Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G, bem como a chamada "indústria 4.0" com toda a linha de produção automatizada. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo.

Wilson Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e diretor de soluções da Nokia na América Latina, lembra de usos da internet que passaram a ser possíveis com o 4G e faz um paralelo com a novidade.

"Não tínhamos Uber no 3G porque não as características que o Uber pede, de localização, de velocidade, não estavam disponíveis. Essas aplicações surgiram com as redes 4G espalhadas. Quando tivermos o 5G espalhadas, teremos sensores e novas aplicações", afirmou.

É o caso dos carros autônomos. Eles já existem, mas o tempo de resposta do 4G ainda não é veloz o suficiente para evitar acidentes em situações extremas, além de não suportar tantos dispositivos conectados ao mesmo tempo.

O 5G também pode revolucionar o próprio smartphone, já que as altas velocidades permitiriam que muito do processamento de tarefas deixe de acontecer no chip do aparelho e passe a ser na nuvem, pegando emprestado a potência dos computadores. O mesmo pode acontecer com acessórios médicos, como pulseiras e relógios conectados.

Em termos práticos e do dia a dia, as videochamadas devem se tornar mais claras, a experiência de jogos on-line também deve ser aprimorada, as transmissões de vídeo ao vivo devem travar menos e perder sinal em meio a uma multidão não deve mais acontecer.

SAIBA MAIS: veja abaixo reportagem da GloboNews sobre o que muda

Tecnologia 5G deve trazer revolução na velocidade de comunicação ao Brasil

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Vai ser mais caro?

As operadoras geralmente não oferecem acesso exclusivo a um tipo de tecnologia de rede, elas cobram pela franquia de dados utilizada.

As empresas, porém, ainda não definiram se haverá reajustes nos preços de pacotes de dados. Essas definições deverão acontecer conforme a tecnologia chegue a uma cidade.

Vai funcionar no celular que eu já tenho ou vou ter que comprar um compatível? Precisa trocar o chip?

Ícone do 5G em um iPhone. — Foto: James Yarema/Unsplash

Será preciso ter um celular compatível com a tecnologia 5G. Em agosto de 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) listava cerca de 70 modelos homologados. Com o tempo, a tendência é que todos incorporem a compatibilidade, assim como aconteceu com o 4G.

Em alguns modelos também poderá ser necessária a troca do chip para uso do "5G puro", o chamado "standalone" (SA).

Também para usar essa conexão SA, o iPhone, apesar de homologado pela Anatel, ainda precisará de uma atualização do iOS, sistema operacional da Apple, que está prevista para novembro de 2022.

O 4G vai acabar?

Não. Os celulares atuais continuarão funcionando nas redes 4G, 3G e 2G – essas conexões não deixarão de funcionar. Por isso, você não precisará de um aparelho compatível com o 5G para usar a internet.

Vai substituir a internet fixa?

Não. Embora o 5G seja muito potente e prometa velocidades maiores até do que as que temos em casa, a tendência é que a rede móvel sirva como um complemento.

Para conectar lâmpadas, aspiradores de pó, geladeiras, entre dezenas de outras coisas, o Wi-Fi ainda será a ponte para a internet.

"Para o 5G oferecer a velocidade, é preciso também chegar com a fibra óptica na antena", explicou Eduardo Tude, presidente da Teleco, empresa de consultoria de telecomunicações.

Para o executivo, a internet fixa vai melhorar independente do 5G. A necessidade de se instalar mais cabos de fibra óptica nas cidades pode acelerar toda a infraestrutura.

O que as antenas parabólicas têm a ver com 5G?

O sinal de parabólicas hoje ocupa uma das faixas de frequência que serão do 5G. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu um prazo de 18 meses, a partir da primeira ativação do 5G no pais, para que esse sinal mude de frequência.

A agência determinou que o sinal de TV passe da banda C (faixa de 3,5 GHz), que está sendo usada no 5G, para a banda Ku (outra faixa, que opera entre 10,7 GHz e 18 GHz).

Consequentemente, a transmissão da TV aberta vai parar de funcionar nas parabólicas antigas, que utilizam esse sinal atual.

Entenda a relação entre 5G, o sinal de TV e antenas parabólicas em 5 pontos

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As operadoras de telecomunicações vão financiar a troca das velhas antenas por novas, menores, que operam em outra frequência, para beneficiários de programas de baixa renda que fazem parte do Cadastro Único do governo (CadÚnico).

Eles poderão conseguir kits gratuitos com uma antena nova, a partir do momento em que o 5G for ativado em suas cidades. A troca pode ser solicitada pelo site da Siga Antenado ou por telefone, pelo número 0800 729 2404.

O processo vai ser parecido com aquele que aconteceu quando houve a troca do sistema da TV analógica para a TV digital. A distribuição será de responsabilidade de uma entidade criada pelo governo federal.

Como vai funcionar a rede privada 5G do governo?

Uma portaria do Ministério das Comunicações com as diretrizes do leilão para o 5G, que basearam o edital, exigiu a criação de uma rede privada do governo. O objetivo é que ela funcione como um canal seguro para a comunicação estratégica das autoridades.

Os estudos preveem uma rede móvel de fibra óptica limitada ao Distrito Federal e uma rede fixa para atendimento dos órgãos públicos federais.

"Os conceitos de redes privativas nasceram antes do 5G, mas agora são muito mais aplicados. A gente vê vários países aplicando regulamentos de redes privativas para uso de segurança pública, como proposto na portaria da Ministério das Comunicações ou mesmo para usos industriais", afirmou Wilson Cardoso, do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).

"A rede privativa do governo faz sentido nesse ponto de vista, de criar uma rede apartada com características de segurança que a gente ainda não sabe, porque só define que existe essa rede e dedicada aos usos do governo federal. Não é nenhuma jabuticaba, é uma tendência global", completou.

Essa rede privativa será criada por uma entidade administradora, que funciona como uma empresa. As empresas vencedoras do leilão precisarão fazer um aporte de R$ 1 bilhão para viabilizar a criação desta rede.

Essa companhia será formada por aqueles que vencerem os leilões e seu objetivo será executar as obrigações previstas no edital – os vencedores deverão depositar os valores previstos no documento.

O conselho dessa empresa terá representantes do Ministério da Comunicação, da Anatel e das vencedoras do leilão. Esses grupos discutirão detalhes técnicos, e a execução ficará por conta do corpo técnico da entidade administradora.

Ao final da construção da rede, ela será transferida para o governo.

Qual a arrecadação com o leilão do 5G?

A Anatel informou que o leilão do 5G - a nova geração de internet móvel - movimentou R$ 46,79 bilhões. O valor ficou abaixo dos R$ 49,7 bilhões esperados inicialmente.

O que o governo exigiu como contrapartida no leilão?

Para permitir a instalação do 5G no Brasil, o governo federal determinou contrapartidas para cada passo dessa empreitada. Elas estão atreladas às faixas.

Cada uma das bandas (700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz) que foram leiloadas têm contrapartidas específicas:

700 MHz

  • Instalar antenas 4G ou superior nas cidades e trechos de estradas previstos em portaria do Ministério das Comunicações até 2025. As rodovias selecionadas para receber o sinal foram as consideradas estratégicas para o transporte de passageiros e para o escoamento da produção agropecuária, como a BR-163, BR-364, BR-242, BR-135, BR-101 e BR-116.

2,3 GHz

  • Cobrir com tecnologia 4G ou superior 95% da área urbana dos municípios com menos de 30 mil habitantes e que não possuem 4G.
  • Atender localidades previstas em edital com antenas 4G ou superior.

3,5 GHz

  • Construir backhaul (rede hierárquica de telecomunicações responsável por fazer a ligação entre o núcleo da rede e sub-redes periféricas) em uma lista de cidades até 2025. Essa demanda prevê levar fibra óptica a cidades atualmente sem esse tipo de infraestrutura.
  • Para os lotes nacionais, as empresas deverão instalar antenas 5G em cidades com 30 mil habitantes ou mais até o julho de 2029.
  • Para lotes regionais será obrigatório a instalação de antenas 5G nos municípios com menos de 30 mil habitantes até o final de 2029.
  • Pagar pela limpeza da faixa ocupada pelo sinal de parabólicas e transferência das operadoras de TV para a banda Ku.
  • Instalar rede de fibra óptica, via fluvial na região amazônica.
  • Construção de rede privada de comunicação para a administração pública federal.

26 GHz

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