Logo do TikTok — Foto: Dado Ruvic/Reuters
O Facebook teve o maior tombo em valor de mercado da história dos EUA depois que o número de usuários ativos diários caiu pela primeira vez e a companhia previu um crescimento mais lento para o próximo trimestre.
Ao comentar resultados do período, Mark Zuckerberg, cofundador da rede social, reconheceu que uma das coisas que estão impactando os negócios é a competição com plataformas como o TikTok.
Esta não é a primeira vez que um executivo da Meta cita o TikTok como um adversário forte. Em julho de 2021, Adam Mosseri, chefe do Instagram, disse que a rede social apostaria mais em vídeos devido à concorrência acirrada.
Os marcos da disputa entre TikTok, Facebook e Instagram — Foto: Elcio Horiuchi / Arte g1
O Reels foi lançado pelo Instagram em 2019 com várias funções do TikTok, fundado três anos antes. As duas ferramentas permitem criar vídeos de poucos minutos em que é possível aproveitar trechos do que foi publicado por outras pessoas para fazer dublagens, por exemplo.
Mas é no TikTok, controlado pela chinesa ByteDance, que as pessoas têm passado mais tempo. De acordo com dados da consultoria App Annie, cada usuário passou, em média, 19,6 horas por mês na plataforma em 2021, um crescimento de 6,3 horas por mês em relação a 2020.
Usuários do Instagram passaram, em média, 11,2 horas por mês no aplicativo. Houve crescimento de 0,9 hora de uso por mês na comparação com 2020.
No caso do Facebook, a alta no tempo de uso foi menor: 0,1 hora a mais em 2021, quando usuários ficaram, em média, 19,6 horas por mês no app.
A rede social chinesa cresceu tanto que o domínio tiktok.com superou o google.com como o mais popular do mundo em 2021, segundo o serviço de hospedagem Cloudflare. Um ano antes, a plataforma de vídeos curtos ocupava o 7º lugar.
As três plataformas estão na casa dos bilhões de usuários, mas o TikTok levou apenas 5 anos para chegar à marca. O primeiro bilhão de usuários do Facebook (hoje com 2,91 bilhões) e do Instagram (que chegou à marca em 2018) veio depois de 8 anos de existência.
Mudança de rota
Zuckerberg também afirmou que há uma dificuldade devido à mudança na direção que a Meta está dando para seus aplicativos . No momento, a empresa quer prender a atenção dos usuários com vídeos curtos.
"Estamos no meio de uma transição em nossos próprios serviços para vídeos curtos como Reels", disse. "Então, à medida que mais atividades mudam para esse meio, estamos substituindo algum tempo no feed de notícias e em outras áreas de maior monetização".
O Instagram deixou de apostar no IGTV, que permitia publicar vídeos de até uma hora, e descontinuou o serviço em outubro de 2021. Cerca de três anos antes, quando o recurso foi lançado, o objetivo era disputar a atenção dos usuários com vídeos na horizontal, como no YouTube e na TV.
Porém, pouco mais de um ano depois de lançar o IGTV, o Instagram anunciou que passaria a testar vídeos curtos que ocupavam a tela inteira na vertical, como no TikTok. O próprio YouTube lançou a sua versão, batizada de Shorts.
Meta trabalha em transição para vídeos curtos como o Reels em seus aplicativos — Foto: Reuters
'Instagram não é app de fotos'
O chefe do Instagram, Adam Mosseri, admitiu em julho de 2021, que a rede social não é mais um aplicativo de compartilhamento de fotos, mas, sim, de entretenimento e vídeo.
"Não somos mais um app de compartilhamento de fotos ou um app de compartilhamento de fotos quadradas", afirmou o executivo.
"Sejamos honestos, há uma competição muito grande neste momento", continuou Mosseri. "O TikTok é enorme, o YouTube é ainda maior, e há muitos outros [apps] se destacando também".