Mais de 140 empresas de tecnologia, ONGs, associações comerciais e personalidades do setor assinaram uma carta enviada nesta terça-feira (19) ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedindo que funcionários de sua administração parem de pedir que a criptografia de serviços de tecnologia seja reduzida a fim de que os serviços de segurança consigam interceptar dados pessoais de usuários.
A carta cita diversas manifestações em que membros do governo sugeriram reduzir o poder da criptografia. Uma delas foi o comentário do diretor do FBI, James Brien Comey Jr. Em outubro de 2014, ele afirmou que o Congresso dos EUA deveria “regular ou propor uma legislação corretiva” para o emprego crescente por parte de empresas de tecnologia de técnicas de criptografia para proteger dados pessoais de usuários.
O tema geral tanto incômodo que conseguiu reunir no amplo grupo dos signatários organizações de proteção à privacidade como a Fundação da Fronteira Eletrônica (EEF, na sigla em inglês) e empresas constantemente criticadas por ela, como Apple, Dropbox, Facebook, Google, Microsofte Yahoo.
Twitter
Ironicamente, a carta é enviada um dia depois de Obama aderir ao Twitter com uma conta própria, a @POTUS (sigla para "Presidente of the United States). O microblog também é umas das empresas que assina a carta. Ao todo, são 48 companhias, 37 organizações da sociedade civil e 58 especialistas.
“Nós pedimos que você [Obama] rejeito qualquer proposta para que as companhias dos EUA enfraqueçam deliberadamente a segurança de seus produtos. Nós solicitamos que, em vez disso, a Casa Branca se concentre no desenvolvimento de políticas que promovam em vez de minar a ampla adoção de fortes tecnologias de criptografia”, afirmam as empresas.
Cibersegurança
Para elas, tais políticas incentivariam a “proteger a cibersegurança, o crescimento da economia, os direitos humanos” não só nos EUA mas no restante do mundo. A criptografia, dizem, protegem os usuários de ações criminosas e de ameaças à segurança nacional.
Para as empresas, caso a adoção de brechas fosse imposta, os usuários atuais de seus serviços procurariam alternativas entre os produtos de outras companhias. A redução dos níveis atuais de criptografia poderiam ainda ser um risco econômico e aos direitos humanos.
“O resultado seria um ambiente de informações falho com vulnerabilidades que poderiam ser exploradas ainda pelos mais perigosos e repressivos regimes. Esse não é o futuro que o povo americano ou a população mundial necessita.”