(Foto: Enny Nuraheni/Reuters)
A venda de smartphones superou a de celular tradicional no Brasil em maio de 2013, revelou a consultoria International Data Corporation (IDC) ao G1.
A ultrapassagem sobre feature phone (celulares capazes de acessar a internet) e outros modelos será mostrada no relatório trimestral da IDC inédito, que será apresentado aos fabricantes entre quinta e sexta-feira da semana que vem.
De acordo com Bruno Freitas, gerente de pesquisa da IDC, a ultrapassagem ocorreu mais propriamente de abril para maio. Enquanto em março, os celulares inteligentes responderam opr 41% dos 5,5 milhões de aparelhos vendidos no Brasil, em abril, chegaram a 49% dos 5,8 milhões de dispositivos. Em maio ocorreu a virada: dos 5,3 milhões de celulares vendidos, 53% eram smartphones.
Para a IDC, smartphones são celulares não só capazes de entrar na internet mas que podem acessar lojas de aplicativos, rodam um sistema operacional que possa executar funções mais complexas e tem capacidade de processamento mais potente. Próximo a eles estão o "feature phones", capazes de acessar a web, mas não tão sofisticados. “A gente percebe claramente essa troca de tecnologia”, afirma Freitas.
O relatório do segundo trimestre, ainda inédito, mostrará um avanço ainda maior dos smartphones, para 54% e 55% do mercado de celulares, diz Freitas. “A gente percebe que não foi um pico [nas vendas de smartphones]. É uma tendência que deve continuar”, afirmou Freitas ao G1.
Smartphones
No começo de 2013, a IDC já previa que a virada fosse ocorrer, mas somente no início de 2014. Mas houve não só uma aceleração na venda dos smartphones como também uma perda no ritmo da comercialização dos modelos tradicionais.
Entre janeiro e março, por exemplo, foram vendidos 14 milhões de celulares, dos quais 5,3 milhões eram smartphones. Essa quantidade foi batida apenas nos dois primeiros meses do segundo trimestre. Entre maio e abril, 5,6 milhões de smartphones foram vendidos, um avanço de 41% sobre o registrado em todo o segundo trimestre de 2012. A IDC conclui o levantamento dos números referentes a junho.
Segundo Freitas, a aceleração pode ser explicada por movimentos distintos. A indústria reforçou seu portfólio com cada vez mais smartphones e em diferentes faixas de preço. As lojas varejistas reforçaram as promoções e exposições desses aparelhos, a despeito dos modelos tradicionais.
Completam o quadro os consumidores que buscam dispositivos com mais funções. Contribuiu também, ressalta o analista, a desoneração dos smartphones abaixo de R$ 1,5 mil que reduziu o preço dos aparelhos.
Mundo
Ao redor do mundo, as vendas de smartphones já eram maioria, mas pouco acima dos 50%, no primeiro trimestre. Na América Latina, a participação chegava a 38%.
O relatório de vendas do segundo trimestre apresentará também um avanço maior do sistema operacional Android, do Google. Ausente apenas em aparelhos da Apple, Nokia e Blackberry, que rodam sistema próprio, o Android já possuía 86% do mercado. “Para o segundo deve aumentar”, diz Freitas.
A IDC não revela no Brasil a fatia de cada sistema para não evitar a identificação da participação de cada empresa. No entanto, a IDC informa que mundialmente o Android ampliou sua presença, para 79%, enquanto o iOS, da Apple, caiu para 13,2%.