Central de lojas on-line Roupas S.A. virou Estilo S.A. para reunir também peças de design e cosméticos.

Após ouvirem as queixas de uma conhecida de que novos estilistas entendiam de costura mas só davam ponto sem nó ao gerenciarem suas lojas próprias, os irmãos Rafael e Guilherme Guandalini criaram o Roupas S.A. O "marketplace, como é chamado o apanhado de lojas no mundo do comércio eletrônico, reúne fabricantes de "roupa com história para contar". Com apenas seis meses de vida, porém, a vitrine on-line ficou pequena. Será ampliada para acomodar fabricantes de cosméticos e designers para virar a Estilo S.A.

Aberto para valer em abril, o marketplace possui 1,2 mil lojistas. Com a expansão para novas áreas, o sócio-fundador Rafael diz que a expectativa é, pelo menos, dobrar esse número já em um primero momento. isso só com os empresários que estáo na fila. A novidade entra no ar em até dez dias. Até agora, já são 70 mil os clientes cadastrados no site.

"Durante essa pequena jornada, nosso site agradava quem não tinha espaço na internet. Muitos deles tinham produtos que não eram só de moda", comenta. "Tinha uma que fazia a mesma estampa para camisetas e quadros. Como muita gente com produtos legais que não podiam entrar nos procurou, a gente resolveu expandir."Se hoje a loja conta com 20 mil itens, nas contas de Rafael, poderá chegar a 500 mil até o meio de 2015.

Rafael Guandalini, fundador da central de lojas on-line Roupas S.A. que virou Estilo S.A. para reunir também peças de design e cosméticos.Para o empresário, o plano é levar a estratégia de expor "produtos com história pra contar" aos outros segmentos. "A gente toma cuidado de ligar para a marca e saber quem está por trás dela."Tudo para evitar que as vitrines do site sejam tomadas por roupa pasteurizada.

Para ressaltar esse aspecto de seus lojistas, seções do site contam a história do "estilista do mês" e da "loja da vez", para que as mentes por trás das costuram dividam suas ideias sobre as roupas que os clientes compram. Há ainda recursos para ajudar os(as) indecisos(as). Um deles é uma espécie de espelho virtual, em que o cliente pode "provar" a roupa. Com o auxílio da webcam, ele "veste" a peça escolhida. Se isso não der certo, pode recorrer ao serviço de personal stylist (pago) -- nascido a partir das dúvidas dos consumidores enviadas pelo chat do site, o serviço é um exemplo para quem não sabe como aproveitar feedbacks: a empresa recebia mais perguntas sobre moda do que sobre detalhes técnicos e transacionais do site. "As pessoas tinham essa necessidade de saber o que fica bem nelas", resume Rafael.

A comissão de 20% do valor da venda (sem incluir o frete) é cobrada dos lojistas. A estimativa era que o marketplace faturasse R$ 1 milhão nesse primeiro ano. Como só começou a operar de fato em abril por ter enfrentado problemas técnicos nos primeiros quatro meses do ano, perderam tempo. Segundo Rafael, já atingiram de 60% a 70% da meta.

Se antes o Roupas S.A. atuava apenas no segmento de moda e acessórios, responsável por 18% das vendas do comércio eletrônico brasileiro, ao se tornar Estilo S.A., leva para dentro da lojinha outro forte categoria, a de cosméticos e perfumaria, que responde por outros 16%. Detalhe: varejo virtual nacional movimenta R$ 31 bilhões, segundo o e-bit. Nessa toada, o Estilo S.A. amplia a atuação para ir de loja de "roupa com história para contar" a site com muito dinheiro para contar.

Foto 1: Central de lojas on-line Roupas S.A. virou Estilo S.A. para reunir também peças de design e cosméticos. (Divulgação/Estilo S.A.)

Foto 2: Rafael Guandalini, fundador da central de lojas on-line Roupas S.A. que virou Estilo S.A. para reunir também peças de design e cosméticos. (Divulgação/Estilo S.A.)