Cliente entra no site, escolhe o produto... e designers competem para fechar negócio
Startups brasileiras estão criando seus modelos de negócio em cima do conceito da competição criativa. Nele, as criações de vários profissionais disputam a atenção dos clientes, que buscam qualidade e custo-benefício nos produtos finais. Comunidades de designers, arquitetos, decoradores e até engenheiros já estão ganhando dinheiro com a ideia.
Um exemplo de startup que funciona assim é a Logovia (acesse aqui), que atualmente é acelerada na Tree Labs, em São Paulo. “Vimos um espaço no mercado brasileiro, de microempresários que não sabiam como fazer design gráfico de qualidade. Isso acontece, principalmente, com quem está fora dos grandes centros comerciais”, explica Carmelo Queiroz, CEO da empresa.
Na Logovia, o microempresário diz o que quer (um banner, por exemplo), quanto quer gastar e pede propostas para a comunidade de designers. Ele recebe uma série de sugestões e fecha negócio com a que mais lhe agrada. Os produtos disponibilizados pela startup saem por, ao menos, R$ 249 – daí pra cima é o cliente que decide o quanto quer pagar.
Durante o processo de seleção do melhor projeto, o cliente pode interagir com os designers. Após fazer a escolha, ele recebe a arte pronta para levar à gráfica.
“Criamos uma plataforma para que os designers possam concorrer de forma democrática”, explica Queiroz. Segundo ele, também existe uma comunidade de designers com dificuldade de conseguir clientes no mercado.
Montada em agosto de 2011, a equipe da Logovia veio do Ceará para São Paulo para acelerar a companhia (impulsionar seu desenvolvimento, com ajuda externa) em setembro de 2012. Queiroz conta que o site já conta com mais de 5 mil designers e já pagou quase R$ 200 mil aos profissionais.
“A gente entende que o designer é o nosso parceiro de negócios, então o nosso maior interesse é criar um ecossistema que seja interativo”, conta o empresário. Do total da venda feita para o cliente, a Logovia fica com uma porcentagem de 20% a 30% e o resto fica com o profissional.
Queiroz conta que optou pelo uso do conhecimento de uma comunidade de profissionais porque a demanda na área que escolheu era “absurda”. “Assim, a gente consegue atender essa demanda maior, sem ter um atraso operacional com a questão da estrutura da empresa”, conta.
Decoração e engenharia
Também acelerada pela Tree Labs, a ClickARQ (acesse aqui) usa um modelo semelhante. No site, os usuários podem usar a concorrência criativa para reformar sua casa ou seu escritório.
Inicialmente, o cliente escolhe o que quer decorar ou reformar, envia a planta do local, escolhe o quanto quer pagar e quando quer receber o projeto. A comunidade de criadores monta os projetos e os disponibiliza, para que o cliente possa escolher o que mais gostou. A startup conta que, se o comprador não gostar de nenhum ele ganha seu dinheiro de volta.
Também na área de decoração, o Galatea (acesse aqui) funciona de uma maneira menos elaborada. No site, os decoradores podem se cadastrar para competir por projetos postados pelos clientes. “O cliente pagará o valor estipulado pelo site por metro quadrado que, abatidos os devidos impostos, irá integralmente para o profissional vencedor da concorrência”, informa o endereço.
Já a Engarte (acesse aqui) trabalha com a comunidade de engenheiros para criar seu negócio. O site informa que se encarrega de encontrar as pessoas compatíveis com os perfis desejados pelos clientes. “Com a lista de pessoas compatíveis em mãos, você pode escolher baseado no prazo de entrega, preço cobrado ou experiência do candidato”, informa a descrição do Engarte.
A plataforma de engenharia também oferece um ambiente interno para o desenvolvimento e acompanhamento do projeto.