Quem visita o site da Comissão de Valores Mobiliários sabe: não é qualquer um que entra lá e acha informações sobre fundos de investimento (veja você mesmo aqui). Nem todo mundo que quer começar a investir sabe o CNPJ de uma instituição administradora ou os tipos de fundo disponíveis. Sabendo disso, três advogados financeiros se tornaram empresários e abriram uma startup para mudar a situação.

A Comparação de Fundos (acesse aqui) tem o objetivo de tornar mais transparente esse processo de escolha e administração de fundos de investimento, para quebrar a lógica de um “mercado que fala muito para si mesmo”. “Criamos um ‘robô’ que se comunica diretamente com o ‘robô’ do site da Comissão e hospedamos as informações num sistema novo, com uma interface amigável”, explica Felipe Sotto-Maior, o carioca do grupo de fundadores. Na liderança da Comparação de Fundos, Sotto-Maior está junto com o paulista Daniel Resende e o mineiro Daniel Ávila.

Segundo eles, as informações dos fundos disponibilizadas pela Comissão de Valores Mobiliários são pesadas e foi preciso criar uma arquitetura da informação específica, para sustentar a demanda de dados. “A gente armazena as informações na nuvem, pra tornar a análise dos fundos mais rápida. Foi preciso um ano de desenvolvimento para criar o sistema como ele é hoje”, explica Ávila.

Os três estudaram juntos na Faculdade de Direito da USP e se envolveram com a área de estruturação de fundos de investimento ainda na faculdade. Eles ajudavam os centros acadêmicos a investir e administrar suas arrecadações. O interesse pela área cresceu e o projeto que acabaria se tornando a Comparação de Fundos foi criado. O site foi ao ar em janeiro de 2012.

“O serviço é aberto e gratuito. Ele funciona como um sistema de transparência do mercado”, conta Sotto-Maior. Quem entra no site, coloca informações sobre seu perfil de investimento e o quanto pretende aplicar. Em seguida, o investidor em potencial recebe uma ligação da equipe do site com as melhores opções e um relatório sobre os fundos por e-mail.

A startup tem parceria com mais de 30 gestoras de investimentos, mas a equipe conta que também aloca dinheiro em empresas com quem não tem parceria. Tudo depende das necessidades do possível investidor diante dos 11 mil fundos do país, dizem os diretores da empresa.

Para gerar receita, a Comparação de Fundos recebe um pedaço da taxa de administração do investimento, se o usuário fechar o negócio por meio do site. A startup é formada por sete pessoas, que ficam em um escritório em São Paulo.

Por enquanto, dizem os sócios, o modelo está funcionando bem e é preciso apenas aparar arestas. “Estamos na fase de melhorias e aumentar a equipe”, conta Sotto-Maior. “A gente cresceu mais do que imaginava”, explica. Segundo ele, a Comparação de Fundos fechou 2012 cuidando de R$ 35 milhões de seus clientes.