Crítica a métodos 'antigos' de ensino leva empreendedor a criar startup
"Eu odiava ir para escola, e não porque eu não gostava de aprender, mas porque não entendia o propósito”, lembra Samir Iásbeck de Oliveira, empreendedor mineiro de Juiz de Fora.
Crítico em relação às metodologias de ensino que considera “arcaicas”, ele decidiu criar a Qranio, uma startup que dá prêmios pra quem prova ter conhecimento. Os usuários vão respondendo perguntas sobre um assunto determinado e acumulando moedinhas virtuais, que poderão ser trocadas por itens que vão de livros a consoles de videogame.
Oliveira lembra que sempre foi uma criança muito atenta, apesar de não gostar de ir à escola, e viu a história se repetir com sua filha. “Eu vi as mesmas coisas acontecendo com ela, então decidi tentar mudar o aprendizado”, conta. Em outubro de 2011, a Qranio já estava no ar (acesse aqui).
De lá pra cá, a empresa se instalou nos escritórios da Telefónica, porque foi selecionada para receber R$ 100 mil em investimentos da empresa, além de suporte em áreas como jurídica e contábil. A equipe do Qranio é acelerada no projeto Wayra, da companhia, que já envolve mais de 172 startups em todo o mundo. Em troca, a Telefónica é dona de uma parte minoritária da empresa.
Oliveira conta que, apesar de ter um escritório em São Paulo, a startup também tem parte de sua equipe em Juiz de Fora (Minas Gerais), onde fica a parte de desenvolvimento de software.
A criação da Qranio também levou o empreendedor para o Vale do Silício, o centro de inovação nos Estados Unidos. “Identificamos que precisávamos melhorar a experiência do usuário e a própria Bel Pesce nos ajudou muito”, conta Oliveira, sobre a brasileira que é uma das sócias da Lemon (o G1 já falou sobre ela aqui e aqui).
Na última semana, a equipe do Qranio fez plantão para implementar algumas mudanças na interface. “A mecânica do game segue a mesma, mas agora você pode adicionar amigos e implementamos diversas melhorias”, conta. Segundo ele, ao longo dos próximos meses, serão acrescentadas novas funções, como a possibilidade de estabelecer um duelo com os amigos.
A meta, diz Oliveira, é chegar a 1 milhão de usuários até o meio de 2013, quando a expansão começa a mirar também usuários que falam inglês e espanhol. Apesar disso, o empreendedor conta que existe uma barreira grande: a Qranio ainda não entrega os prêmios fora do país.
A startup ganha dinheiro com um modelo “Freemium” (conhecido nas startups como aquele que oferece um serviço gratuito, com funções extra que são pagas”). A assinatura custa R$ 6 por mês e os usuários passam a ter vantagens, como ganhar mais moedas virtuais por perguntas acertadas.