App GuiaBolso, que automatiza o controle de gastos.
Blocos de notas. Planilhas de gastos no Excel. Caderninho de notas. O aplicativo GuiaBolso quer aposentar todos essas ferramentas para controlar o orçamento.

O app estava em fase de testes até a última sexta-feira, 1º de agosto. Mesmo assim, a Apple elencou o GuiaBolso entre os melhores lançamentos. Até agora, o app foi baixado 90 mil vez e, no domingo, chegou a passar Facebook e WhatsApp em número de downloads.

“Quando a gente chegou perto do Tinder, eu falei: ‘Caramba, nem ferrando vamos passar. O brasileiro prefere mais namorar, com certeza, do que ligar para as finanças’. Quando a gente passou o Tinder, eu falei: ‘Caramba, o Brasil tem algum problema’”, Thiago Alvarez, sócio da empresa responsável pelo GuiaBolso. Na noite de quarta-feira (6), o app era o oitavo mais baixado da App Store brasileira, à frente do Instagram e dos apps dos principais bancos do Brasil (Veja como baixar o GuiaBolso).

O sucesso do app ocorre justamente porque supre uma deficiência do consumidor. Após trabalhar por anos na consultoria empresaria McKinsey, ao lado de seu sócio Benjamin Gleason, Alvarez abriu sua própria empresa com o propósito de auxiliar as pessoas a organizar suas finanças. Entre junho de 2012 e o fim de 2013, a companhia realizou cerca de 40 mil consultorias, nas contas de Alvarez. Apenas 2% das pessoas atendidas conseguiam efetivamente manter o controle das despesas por meio de bloquinhos de notas, planilhas de gastos e caderninhos de nota.

Automação
Durante as pesquisas, a equipe do GuiaBolso constatou que todos esses instrumentos necessitam do que Alvarez chama de “input manual”, ou seja, o consumidor tem que inserir despesa por despesa e depois precisa classificá-las. Já o app automatiza esse trabalho braçal. Mostra mês a mês a renda e os gastos, já classificados em categorias (compras, impostos, saques etc).

Para isso, é necessário que uma conta bancária seja vinculada. Sim, é necessário que o usuário informe agência, conta corrente e a senha do internet banking. Para afastar o temor quanto à segurança do aplicativo, Alvarez explica que é por isso que o GuiaBolso não solicita a senha do cartão. Sem ela, não é possível fazer transações.

Além de listar os gastos, o aplicativo também permite aos usuários criarem orçamentos com gastos controlados para cada categoria de despesa (contas residenciais, saúde e educação, entre outras).

Lição de casa
Além de ouvir o consumidor final, a equipe do GuiaBolso fez um tour pelo mundo para entender como o problema era resolvido. Foram aos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Espanha.

A equipe do aplicativo também conta uma ajuda e tanto dentro de casa. Um dos conselheiros do GuiaBolso é Neil Daswani, diretor do laboratório de segurança digital da Universidade de Stanford, da Califórnia (EUA). Ele é um dos pioneiros em aplicações que agregam informação, como o GuiaBolso.

Como boa startup, o GuiaBolso ainda não possui um modelo de negócio definido. “Nosso foco continua sendo fazer o melhor produto de finanças pessoais para o brasileiro”, explica Alvarez, citando a “mentalidade Facebook”, de fazer um produto legal e depois ver no que dá. No segundo trimestre desse ano, o faturamento da rede social subiu 61% para US$ 2,9 bilhões.

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