Empregadas domésticas que utilizam o Helpling, o 'Airbnb do trabalho doméstico', na Alemanha.
Para acabar com a indicação de trabalhadores domésticos feita pelo boca a boca, a startup alemã Helpling pulou os Estados Unidos e desembarcou na América primeiro no Brasil. O "Airbnb para trabalhos domésticos" é uma plataforma que conecta pessoas sem tempo para os afazeres do lar a faxineiros, diaristas e afins.

A comparação com o expoente máximo da chamada economia colaborativa não é um delírio deste blogueiro. O autor dela é Eduardo Küpper, executivo da empresa no Brasil. "Sempre tem alguma empresa que a gente olha e se inspira." No caso da Helpling, foram duas: o que chamou a atenção na plataforma de micro-aluguéis foi a experiência de compra, enquanto o aplicativo de motoristas on demand Uber inspirou pela praticidade e a forma fácil de usar.

Por onde passam, as duas companhias geram histeria, mas por motivos menos dignos de inspiração: o Airbnb irritou o setor hoteleiro na Califórnia e em Nova York; o Uber fez o mesmo com os taxistas no mundo, no Rio e em São Paulo.

Segundo Küpper, o Helpling, por sua vez, só coloca na mira o fim do QI (quem indica) para trabalhadores autônomos. Funciona assim: de um lado, os profissionais informam onde moram, quais dias e horário estão disponíveis para trabalhar; do outro, os usuários agendam com pelo menos 24 horas de antecedência quando precisam de uma força; podem escolher qualquer horário entre as 7h e as 23h; a partir daí, o algoritmo criado pela plataforma trata de indicar o profissional apto mais próximo, e pronto. Match!

Eduardo Küpper, executivo no Brasil da Helpling, que funciona como 'Airbnb para serviços domésticos'.Time que está ganhando
"Nosso objetivo é facilitar o agendamento dos serviços via internet, fazer com que isso seja muito tranquilo. Queremos aumentar a qualidade de vida das pessoas que trabalham, para trabalhar próximos de onde vivem, e facilitar a vida de quem contrata", afirma o representante da startup no Brasil.

O serviço foi criado apenas em abril deste ano pelos alemães da Rocket Internet, um fundo de investimento que aposta "em time que está ganhando". Quer dizer:  a firma costuma apostar somente em modelos de negócio que já tiveram sucesso --daí pintarem Airbnb e Uber como santos de cabeça. "O DNA dela é fazer uma industrialização para modelos de negócio crescerem. A gente faz crescer muito mais rápido do que o original", explica Küpper.

Tanto que, depois da Alemanha, o Helpling foi para Áustria, França, Holanda, Itália e Suécia. Nesses países, reuniu 300 colaboradores, que já realizaram 10 mil serviços até junho. O plano é ter por aqui o mesmo desempenho.

Natural para um negócio em crescimento, fincar pé nos EUA não foi o passo seguinte. Foi o Brasil o primeiro americano a receber a empresa. O grande mercado consumidor ajudou a endossar a decisão, diz Küpper. Mas também contou a pretensão da Rocket de ser a maior plataforma de internet fora dos EUA e da China.

Por hora
Lançado para valer no país no começo de outubro, o Helpling fixa o preço em R$ 24,90 a hora. Uma promoção derrubou a valor para R$ 20,90. Do total pago, 20% fica com a empresa (a título de manutenção da plataforma e das formas de pagamento --cartão de crédito--, marketing e o que a companhia chama de "problemas logísticos" --mandar outro doméstico caso o escolhido não compareça).

Depois do desembarque por aqui, a Helpling pretende ampliar o atendimento internamente. A atuação já foi estendida de São Paulo  para a região metropolitana da capital paulista e ao Rio. Até o fim do ano, querem levá-lo a Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Baixada Santista e Vale da Paraíba e outras regiões.

Além disso, até o fim de outubro, devem chegar às lojas de aplicativos para iOS e Android versões para celular da Helpling.

Foto 1: Empregadas domésticas que utilizam o Helpling, o 'Airbnb do trabalho doméstico', na Alemanha.(Divulgação/Helpling)

Foto 2: Eduardo Küpper, executivo no Brasil da Helpling, que funciona como 'Airbnb para serviços domésticos'. (Divulgação/Helpling)