A aceleradora 21 212, que tem como principal característica criar uma ponte entre empreendedores e investidores do Rio de Janeiro e de Nova York, faz, nesta sexta-feira, o seu segundo Demo Day. Isso quer dizer que, durante o dia, as startups que passaram os últimos meses sendo aceleradas no projeto podem falar sobre seu produto para possíveis investidores. O G1 já falou sobre a 21 212 aqui.

(Este é o primeiro post do novo blog Start.up, do G1. Aqui, o leitor encontrará notícias, entrevistas, análises e dicas de produtos e serviços criados pelos empreendedores brasileiros em startups, empresas em estágio inicial, de tecnologia.)

No segundo Demo Day da aceleradora, os empreendedores Benjamin White e Marcelo Sales, os dois fundadores do projeto, representaram as duas cidades-tema da aceleradora: Nova York e Rio. A seleção musical variou de Bossa Nova a "Empire State of Mind", música do rapper Jay Z que fala sobre a cidade americana. Caipirinhas foram prometidas a todos os presentes que ficassem até o final da apresentação.

Veja as ideias que foram apresentadas:

Zona Universitária
Plataforma que busca conectar estudantes e suas ambições a empresas que estão procurando talentos. Segundo os criadores da empresa, já são 6,5 milhões de estudantes em universidades no Brasil e a ideia da Zona Universitária é ajudar os universitários a criar um plano de carreira e manter contato com possíveis empregadores.

Ao entrar no site, o estudante preenche uma linha do tempo com suas experiências passadas e escolhe competências e ambições para o futuro –a ideia aqui, é ajudar no planejamento da carreira. Ele escolhe quais habilidades quer ampliar e pode compartilhar em redes sociais informações sobre seus objetivos.

Na outra ponta, ficam as empresas, que passam a poder selecionar candidatos quando eles ainda estão estudantes e escolher os melhores por filtros como as ambições de cada um. Alguns recrutadores poderão, também, ajudar seus possíveis futuros funcionários como quiserem, oferecendo benefícios e descontos.

A startup ganhará dinheiro ao cobrar uma taxa para quem quiser usar o serviço de recrutamento e ao exibir publicidade aos estudantes. O Zona Universitária diz que já tem mais de 75 mil usuários e quer chegar a 100 mil até o final do ano.

Na apresentação, a companhia falou que está em busca de US$ 200 mil em financiamento, para expandir seu produto. O time por trás do projeto é formado por brasileiros e canadenses.

Site Sustentável
A ideia aqui é compensar a emissão de carbono para a manutenção de sites na internet. Segundo Rodrigo Torrente, cofundador da empresa, os data centers que mantém a web como ela é são um grande problema ambiental. “Temos um jeito simples para que os sites se tornem verdes”, disse o empreendedor, que apresentou a empresa.

Para “cancelar” sua emissão de carbono, o dono de um site precisa preencher um formulário e informar sua quantidade de visualizações de página. Em seguida, os parceiros da startup plantam árvores para compensar a emissão feita e, com isso, o endereço que se cadastrou ganha um selo, que afirma que o site zerou suas emissões de carbono.

Torrente conta que a Site Sustentável ganha dinheiro com o valor que os endereços pagam para ter sua emissão de carbono zerada. Ele conta que já são 70 clientes e já foram plantadas mais de 500 árvores. “Esperamos ter 120 clientes e 3 milhões de árvores plantadas em dois anos.”

AccessClub

A plataforma tem o objetivo de centralizar serviços para quem quer ser VIP. A startup funciona como um clube, com pagamento mensal, e o usuário passa a ter vantagens quando vai visitar festas, restaurantes e outros eventos. “O nosso aplicativo é como um concierge pessoal para nossos clientes”, disse João Vitor Amaral, cofundador e CEO da empresa.

Segundo ele, quem quiser usar o clube terá que pagar R$ 552 por ano ou R$ 354 por semestre, mas alguns serviços são oferecidos gratuitamente. “Entendemos o desejo de ser tratado como VIP”, afirmou.

O AccessClub já tem mais de 300 clientes pagantes, diz o CEO, que afirmou que a companhia procura fechar uma rodada de investimentos de US$ 200 mil.

Queremos!
Site social que usa financiamento coletivo para promover eventos. A plataforma mobiliza os fãs, para saber se há interesse no show de banda, por exemplo. Quando o número mínimo é atingido, os usuários começam a comprar os ingressos e levanta-se o mínimo necessário para trazer o evento ao país.

Em seguida, começa a venda oficial do show, para quem estiver interessado (dentro ou fora da plataforma). Segundo os criadores do site, se os ingressos forem esgotados, quem comprou na primeira leva (pela Queremos!) vai ao evento de graça.

A startup faz dinheiro ao arrecadar 25% dos ingressos que são vendidos por meio do site.

A Queremos! afirma que já realizou 46 shows e vendeu 40 mil ingressos, movimentando US$ 2 milhões em receita, operando apenas no Rio de Janeiro. Agora, o objetivo é tornar a plataforma mundial, com o nome de Tour Demand.

ZeroPaper
Definida pelo seu cofundador como “o jeito mais fácil de administrar as finanças de pequenos negócios”, a ZeroPaper permite que os empresários acompanhem a situação financeira de suas companhias em tempo real. “Nós simplificamos a linguagem dessa administração”, disse Carlos Eduardo, cofundador da startup.

Segundo ele, a empresa se diferencia dos seus concorrentes por ter uma curva de aprendizado menor --na prática, ele quer dizer que os usuários aprendem a usar o serviço mais rapidamente. Eduardo conta que, 30 dias após seu lançamento, a plataforma já tinha mais de 4 mil consumidores.

O modelo da ZeroPaper é conhecido como “Freemium” (aquele que é gratuito, mas cobra por funções extra). As pequenas empresas que geram receita de até R$ 10 mil podem usar a ferramenta de maneira gratuita. Quem gera mais que isso ou quer funções extra precisa pagar R$ 20 mensais.

XJobs
A XJobs funciona como um marketplace que junta profissionais freelancer e empresas das áreas de tecnologia da informação e design. Os freelancers podem divulgar suas habilidades e as companhias podem “exportar” parte da sua produção para profissionais externos em projetos específicos.

“Qualquer um pode publicar empregos rapidamente, encontrar pessoas e economizar dinheiro”, explica Karl Johnsson, criador da plataforma. Segundo ele, as empresas podem se focar no seu negócio principal e contratar profissionais externos para realizar outros trabalhos.

Johnsson afirma que já são mais de cem empresas usando a plataforma, com 450 possíveis freelancers já cadastrados.

A startup faz dinheiro ao cobrar uma taxa variável entre os pagamentos que a empresa faz aos freelancers que contrata pela plataforma. A companhia também cobra para destacar certas vagas.

We Go Out
“Quantas vezes você já chegou em casa, numa sexta a noite, e não sabia para onde seus amigos estavam indo ou qual festa era uma boa ir?”, com essa pergunta o empreendedor Frederico Camara inicia sua apresentação sobre a WeGoOut.

A plataforma permite que os usuários descubram os eventos mais relevantes da noite e quais deles estão sendo frequentados pelos seus amigos. “Você também pode ver fotos de quem está numa festa, por exemplo, para ver se está boa”, conta Camara.

Ao chegar à festa, é possível fazer o check-in e usar um “quebra gelo” na hora de paquerar alguém que também está no local. “Tem uma função que permite que você envie uma mensagem perguntando se ela aceita um drink”, explica. Ele conta que o objetivo do WeGoOut é juntar o planejamento, o compartilhamento e as conexões das baladas.

Camara afirma que já são 40 mil usuários da plataforma, ainda em fase de testes.

EasyAula
Diego Alvarez, um dos criadores da EasyAula, conta que se inspirou em sua história pessoal para criar sua startup. Ele lembra que aprendeu a programar com a ajuda de amigos, mentores e hackers, em um método de educação alternativo às grandes instituições.

“A EasyAula permite que você aprenda qualquer coisa de qualquer um. Minha experiência mostrou o poder da educação não tradicional”, disse o empreendedor, que já trabalhou em locais como Google e Microsoft. Segundo ele, o objetivo da plataforma é organizar a “educação informal” e permitir que especialistas ganhem dinheiro com suas habilidades.

Os estudantes interessados podem usar o site para escolher aulas e fazer o pagamento on-line, por cartões de crédito ou débito. Já os professores têm a sua disposição uma ferramenta para administrar o curso que dão e recebem dicas de lugares onde podem dar as aulas.

Alvarez conta que um professor chegou a receber R$ 6 mil em apenas um dia, com uma aula mediada pela plataforma.

A EasyAula ganha dinheiro com uma taxa dos ingressos que são vendidos e da indicação de locais para o acontecimento das aulas.

Bidcorp
A BidCorp ajuda a gerenciar e vender itens que sobraram de construções que foram completadas para outros construtores, negócios ou consumidores. A plataforma permite comercializar máquinas, equipamentos e mobílias excedentes.