Brasileira cria meio de fazer compras diretamente pelo Instagram
Enquanto o Instagram tenta encontrar uma fonte de gerar receita para o Facebook, uma empresa brasileira recém criada já desenvolveu um jeito de ganhar dinheiro com a rede social de fotografias.
A startup Arco desenvolveu uma maneira de transformar o perfil de lojas em vitrines virtuais para vender produtos sem que o comprador precise recorrer a outros meios além de um simples comentário em uma foto.
Funciona assim: lojas e consumidores precisam cadastrar no sistema do Arco o perfil no Instagram e a conta nos serviços de pagamento do PayPal; quando as lojas fizerem uma oferta, basta que esses clientes comentem "comprar" caso estejam interessados em adquirir uma peça; isso ocorre, porque o Arco possui um sistema que liga automaticamente as contas do PayPal dos clientes às das lojas a partir dessa interação.
Segundo uma das fundadoras, Diana Assennato, de 30 anos, a implantação desse mecanismo só foi possível depois de conseguirem uma licença que permite modificar postagens na rede social como se fossem os donos da conta das mãos do próprio Mike Krieger, brasileiro cofundador do Instagram.
Isso permite ao Arco alterar postagens das lojas e avisar compradores desavisados que não possuem cadastro e querem comprar algum item.
Sempre que uma loja faz uma oferta, tem de inserir três informações ao fim da mensagem: quantos itens há no estoque, o preço e a hashtag da peça. O Arco substitui essas informações, que servem para controle das transações, pela frase 'para comprar comente 'comprar' nos comentários'.
Diana é réu confessa: fã do Insta e usuária massiva do aplicativo. “Ao contrário de outras redes, o Instagram é mais íntimo, aproxima mais os seguidores das grandes marcas, talvez por não ter tantos recursos, o que coloca todo mundo em pé de igualdade.” Além dela, o Arco possui outros três sócios –um deles, é uma empresa de tecnologia, para aperfeiçoar constantemente a estrutura de pagamento.
Quando começou a operar, o intuito era rodar inicialmente em beta –forma como os empreendedores chamam a versão do serviço criada para provar que a solução criada é possível ou para ver no que vai dar. No entanto, conta Diana, os pedidos de lojas interessadas não pararam de chegar e, menos de um mês após o lançamento, a empresa já faz a mediação das transações no Instagram de 27 lojas.
"Todo dia, recebemos de 15 a 20 e-mails de lojas querendo participar." São lojas de moda, vendedores de flores, artistas e prestadores de serviço. “É gente que já produz, mas não quer ter seu próprio comércio virtual.”
Curiosamente, a empresa iniciante surge quando a executiva responsável pelos negócios do Instagram diz que o site estará pronto para começar a faturar em 2014, vendendo publicidade.
Não que já não exista nada parecido. Nos EUA, uma empresa faz algo similar. Não que as pessoas já não vendessem pelo Instagram. "Até vendem, mas é na base do 'me passa seu Whatsapp', 'me manda um e-mail'. Às vezes, esse processo pode demorar até um mês", afirma Diana.
No pouco tempo de vida, o Arco já ajudou cerca de cem produtos serem vendidos. Mais de 500 foram expostos. A empresa que começou com capital próprio já negocia com dois investidores uma rodada de aporte de capital.