A preguiça de cozinhar ou a falta de tempo para se dedicar ao fogão se tornou um negocio milionário no Brasil. E, sim, é sério. Toda vez que uma família decide fazer a "noite da pizza" e pedir pela internet mesmo, um investidor milionário sorri do alto de sua pilha de dinheiro (espera, você quer me dizer que eles não empilham o dinheiro deles e sentam em cima? Absurdo!).

Brincadeiras à parte, o mercado brasileiro de delivery on-line tem se mostrado atrativo a investidores e empresários. O RestauranteWeb (acesse aqui) foi comprado por um grupo britânico, o iFood (acesse aqui) recebeu uma injeção de R$ 3,1 milhões e até o Peixe Urbano (acesse aqui) lançou uma iniciativa na área de entrega de comida com pedidos feitos pela internet.

Klaus Nyengaard, gringo dinamarquês líder do grupo que comprou o RestauranteWeb, tenta explicar o interesse pelo país. "É um mercado muito grande e é bem parecido com outros mercados em que trabalhamos", conta. Ele lembra a primeira vez que ouviu falar sobre o mercado de delivery no Brasil: "Disseram que existia um grande mercado, mas o comércio eletrônico ainda não era maduro, ainda estava crescendo."

Apesar disso, ele afirma que investir no país acabou se mostrando muito mais caro do que o grupo estimava. "Há uns dois anos, fizemos umas suposições sobre os custos para ter um negócio no Brasil, mas estávamos completamente errados", lembra. O que é um ponto negativo para Nyengaard parece ter se tornado boa notícia para os profissionais brasileiros. Segundo ele, uma das maiores surpresas foi o quanto eles tiveram que pagar de salários para seus funcionários aqui, principalmente nos cargos de gerência.

Com um negócio no Brasil há pouco mais de um ano, o executivo conta que já conseguiu atingir um crescimento interessante. "Nos primeiros meses, as coisas foram difíceis, porque temos que ser rápidos e às vezes cometemos erros", lembra. Tropeços à parte, Nyengaard diz que o Brasil é um mercado interessante, quando se pensa no longo prazo.

"Deu certo lá fora"
Felipe Fioravante também tem uma posição de liderança no mercado de entrega on-line: ele é o criador e CEO do iFood, um serviço criado em julho de 2011 que funciona de maneira parecida com o RestauranteWeb. Pra ele, o mercado de delivery on-line é atrativo no Brasil porque "deu muito certo lá fora".

"Já é um modelo considerado em locais como Estados Unidos e Europa", conta. O tamanho do Brasil também é ponto positivo para Fioravante, que antes de criar o iFood trabalhava no Disk Cook, um serviço que também oferece delivery on-line.

Do lado dos restaurantes, Fioravante conta que o serviço é bem visto. "Eles não têm experiência com a internet, não sabem muito bem como divulgar o serviço ou montar a plataforma de entrega", conta. Participando do site, o esquema é positivo para os dois, diz ele. "O restaurante só nos pagam uma parte se fizerem a venda e ele acaba economizando com parte da estrutura do atendimento às pessoas."

Do lado do consumidor, o iFood não cobra nada. É só abrir o computador (ou o celular), fazer o pedido e aguardar a comida --e uma reza para que o prato chegue ainda quente não machuca ninguém.