Empresa que cria chip anticoncepcional recebe US$ 4,6 milhões de Bill Gates
Mesmo com atuação mais intensa no dia a dia da Microsoft desde o anúncio de Satya Nadella como novo CEO da empresa, Bill Gates continua apostando em tecnologias que irão afetar a vida das pessoas. Literalmente. O bilionário investiu US$ 4,6 milhões em uma empresa que está desenvolvendo anticoncepcionais em forma de chip.
A empresa é a MicroCHIPS, de Massachusetts (EUA). O apoio financeiro da Fundação Bill & Melinda Gates começou a receber em janeiro. Essa é a entidade de Gates destinada a incentivar projetos tecnológicos e ações humanitárias pelo mundo. Ela ficou famosa, entre outras coisas, claro, após lançar um concurso no ano passado para escolher a empresa que irá criar a camisinha do futuro.
O funcionamento do chip anticoncepcional pode dar às mulheres um meio de driblar a ida ao médico. Diferentemente de implantes subcutâneos do gênero, o microprocessador pode ser implantado na região das nádegas, braço ou abdômen sem precisar de intervenção médica para operar. E mais: a mulher é quem o controla; ela pode ativá-lo ou desligá-lo quando quiser.
Além disso, enquanto implantes similares duram em média cinco anos, a duração do aparelho é de 16 anos. De acordo com a revista “Technologye Review”, as dimensões do dispositivo são de 20 x 20 x 7 milímetros. Por dia, o aparelhinho libera 30 microgramas de hormônio.
A ideia do aparelho parece ainda hoje coisa de ficção científica, mas surgiu a partir de uma tecnologia criada em 1990. Enquanto visitava pelo laboratório do professor Robert Langer, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Bill Gates perguntou se era factível criar um dispositivo de controle de natalidade que permitia à mulher ligá-lo e desligá-lo.
Langer se lembrou de um microchip criado nos anos 90 por ele e seus colegas Michael Cima e John Santini. A tecnologia foi licenciada para a MicroCHIPS, companhia fundada por ele, Cima e Santini em 1999. Ainda de acordo a publicação, a empresa empresa levar o produto ao mercado até 2018.
Enquanto essa aposta de Bill Gates parece futurista, outro investimento de sua fundação mostra maior senso de urgência. Em junho, a entidade investiu quase US$ 4 milhões na Clinton Health Access Initiative, para elevar o acesso de mulheres que moram em regiões emergentes, sobretudo na África, a implantes contraceptivos.