Com 15 anos, jovem irlandês já abriu duas startups e prepara a terceira
Quando os pais de Casey Jordan notaram que o garoto de 12 anos gostava de games, pensaram que a relação dele com o mundo dos jogos não ia além do joystick. Só souberam que o menino, na verdade, estava criando games e não apenas jogando quando foram avisados por um professor. Desde lá, a diversão virou game, que virou negócio, que não parou por aí. Hoje, com 15 anos e com a experiência de quem já abriu duas startups, o irlandês Jordan prepara sua terceira empresa iniciante.
Foi para falar sobre essa história que Jordan conversou por e-mail com o Start.up. Contou que, mesmo às voltas com suas empresas, não deixava de brincar com os amigos.
Seu primeiro game, “Aliens vs Humans”, chegou à App Store em fevereiro de 2012. “Meus pais me dão muito apoio, mas, no começo, no entanto, eles não entendiam que eu estava fazendo games”, disse. Tão logo finalizou o jogo, algo com a simplicidade de um "Space Invaders" sob a temática de "Plants vs Zombies", ele abriu seu próprio estúdio, a hoje Ware Games, e criou mais três jogos.
No ano passado, durante o maior evento de tecnologia da Irlanda, Jordan lançou sua segunda empresa. A TeachWare desenvolve uma plataforma na nuvem (ou seja, não precisa instalar nada no computador, só acessar pela internet) para professores do Ensino Fundamental controlarem as informações de seus alunos (notas, faltas etc). Isso quando ele mesmo havia saído do Fundamental fazia pouco tempo.
Para Jordan, enquanto os games eram e são uma paixão, a educação (e a organização dentro da sala de aula) são uma oportunidade. “Eu amo programa e trabalhar com códigos. Eu sempre busquei novas ideias. Às vezes eu vejo uma lacuna em algum lugar e penso o que eu poderia desenvolver para consertá-la. Eu amo resolver problemas e fazer coisas que as pessoas acham divertidas e que as ajudem.” Pelo nível de utilização do serviço, os professores gostaram. Desde o lançamento, mais de 300 deles se inscreveram para usar o serviço. Diariamente, ela é acessada por 150 profissionais.
E onde Jordan aprendeu a se virar no mundo dos bits e bytes? Na escola? “Não há ensino de programação em muitas escolas irlandesas”, diz. O garoto começou a estudar sozinho aos 9 anos “por meio da leitura de livros, à exemplo de ‘Programação para Idiotas’ e livros como esse, internet e tutoriais online”. Isso enquanto continuava a jogar futebol no Villa (time de Waterford, cidade irlandesa onde mora), estudava pelo menos duas horas por dia com os amigos e torcia pelo time inglês Liverpool.
A motivação para começar a criar games, entrar na área de educação e partir para uma nova empreitada neste ano foi a busca do garoto pelo que os empreendedores digitais chamam de “next big thing”. “Um dia eu espero desenvolver uma startup em algo grande que possa empregar pessoas e ter muito sucesso.” A aposta da vez é a Eventz, apresenta há duas semanas.
A empresa automatiza a criação e o gerenciamento de eventos por meio de site e aplicativo. Com isso, os usuários poderão administrar a venda de ingressos, acompanhar a agenda e turbinar a divulgação via redes sociais. A ferramenta terá uma versão gratuita para pequenos eventos e uma paga, para acontecimentos maiores e corporativos. O sistema da startup está em fase de testes e estreia no próximo ano. E se essa for a “next big thing” que tanto procura? “Então eu vou mudar para a próxima startup.”
Fotos: Jovem irlandês Casey Jordan criou três startups até os 15 anos.(Arquivo Pessoal/Casey Jordan)