Empresa oferece US$ 1 milhão por falha de segurança em novo sistema do iPhone
A empresa de segurança Zerodium anunciou uma oferta de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,9 milhões) para pesquisadores que desenvolverem um método de ataque funcional contra o iOS 9, a versão mais recente do sistema operacional da Apple usado no iPhone e no iPad. O prêmio foi anunciado nesta segunda-feira (21).
A Zerodium disse que reservou US$ 3 milhões para os prêmios e que a oferta vale até o dia 31 de outubro ou até o dinheiro acabar.
Embora o prêmio seja alto, a empresa só pagará esse valor para brechas muito graves. A vulnerabilidade precisa ser remota pelo navegador web, com uma página maliciosa, ou com um torpedo SMS ou multimídia. Não será aceito qualquer ataque que exija interação do usuário para além da abertura de uma página ou leitura de uma mensagem.
Quem quiser o dinheiro também terá de desenvolver um código de ataque completo e funcional, burlando todas as medidas de segurança desenvolvidas pela Apple para proteger o sistema.
Com um ataque dessa natureza, seria possível contaminar o iPhone com um app malicioso apenas com a visita a uma página web ou leitura de um torpedo.
O pesquisador que receber o prêmio também não poderá revelar os detalhes técnicos da brecha para nenhuma outra organização ou indivíduo. A informação deve ser exclusiva da Zerodium.
Prêmios desse patamar já foram oferecidos anteriormente pelo Google, mas para serviços próprios da companhia. A Apple não oferece dinheiro a quem descobre falhas em seus produtos.
Empresa tem passado polêmico
A Zerodium é uma empresa de segurança fundada por Chaouki Bekrar, que também fundou a segurança Vupen. Extinta em maio deste ano, a Vupen era conhecida por não repassar informações das brechas aos desenvolvedores dos programas, deixando os usuários vulneráveis.
Só quem podia receber as informações da Vupen eram seus clientes, que pagam pelo serviço. Em seu portfólio de clientes, a companhia tinha a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA).
A Vupen, porém, não comprava informações sobre vulnerabilidades de pesquisadores de fora da companhia. Foi isso que mudou com a Zerodium.