Praga utiliza falha no Android para tentar escapar de antivírus
A fabricante de antivírus Trend Micro publicou uma análise de uma praga digital que utiliza uma falha do Android para não ser detectada por soluções de segurança, como programas antivírus. A falha, conhecida como "Janus", pode ser usada por aplicativos maliciosos para que eles se passem por aplicativos legítimos.
A falha "Janus" foi corrigida pelo Google no pacote de correções do Android de dezembro, lançado no início do mês. A falha afeta todas as versões do Android desde a 5.1.1 e, portanto, mais de 70% de todos os celulares com Android sofrem do problema. Embora o Google já tenha lançado a atualização, a disponibilidade da mesma para aparelhos de outras marcas depende de cada fabricante.
A vulnerabilidade faz com que o Android interprete incorretamente os arquivos de aplicativo ("APK"), executando um trecho de código sem considerar o mesmo código como parte do próprio APK. Com isso, um aplicativo malicioso pode burlar o recurso de assinatura digital e se passar por outro aplicativo no sistema, instalando a si mesmo como uma atualização não autorizada.
Em funcionamento normal, não é possível que um aplicativo sem a assinatura digital correta substitua outro aplicativo já instalado no celular. Isso ajuda a proteger os dados que pertencem a cada aplicativo.
Também é possível tirar proveito dessa confusão feita pelo sistema para criar um APK de formato inesperado em que o código real fica em um segmento diferente daquele que é normalmente analisado por programas de segurança. Isso faz com que o programa antivírus analise uma parte inofensiva do arquivo e deixe passar o código malicioso. A praga identificada pela Trend Micro usa a vulnerabilidade com essa finalidade.
Segundo a empresa, o arquivo não foi encontrado no Google Play. O aplicativo malicioso tenta se passar por um aplicativo de notícias chamado "World News".
O aplicativo malicioso é bastante simples no funcionamento. O vírus fica em execução o tempo todo -- ele é iniciado automaticamente com o celular -- e aguarda comandos de um servidor de controle para instalar outras pragas digitais no aparelho. Na prática, isso permite que o criador do vírus controle os aparelhos contaminados.
Para evitar pragas como essa, recomenda-se que a instalação das atualizações de segurança assim que elas são disponibilizadas. Também não devem ser instalados aplicativos que não estiverem na loja oficial de aplicativos do sisema; no caso do Android, é o Google Play.
Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para [email protected]