Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, vai ao regime semiaberto — Foto: Carlos Dias/G1
A Justiça concedeu a progressão ao regime semiaberto a Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen. Cristian participou do crime junto de seu irmão Daniel Cravinhos, que à época era namorado de Suzane von Richthofen, também condenada pelo assassinato.
O detento chegou ir ao regime aberto em 2017, quando se cumpre a pena fora da prisão, mas perdeu o benefício depois de ser detido em uma confusão em que tentou subornar policiais. Ele cumpre pena na Penitenciária 2 de Tremembé.
Cristian aguardava a decisão de progressão desde outubro de 2021, quando a Justiça determinou que antes do benefício fosse submetido a um exame criminológico, pedido pela juíza Sueli Zeraick, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté.
A proposta era de que o teste avaliasse se ele ainda apresentava riscos para a sociedade, seus traços de personalidade e se há arrependimento pelo crime que cumpre pena.
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O exame criminológico feito é diferente do teste de Rorschach, popularmente conhecido como o teste do borrão de tinta, a que Suzane foi submetida antes da progressão de pena.
A decisão é da última quinta-feira, 17 de março. Ele segue na penitenciária em Tremembé, mas agora pode ser beneficiado pelas saídas temporárias e deixar a unidade para trabalhar. A última saída foi a antecipada de Páscoa, poucos dias antes da decisão, no dia 15 de março, e por isso não foi beneficiado. Ele tem direito a cinco saídas por ano da penitenciária.
Cristian Cravinhos que participou da morte dos Richtofen foi condenado por outro crime
Progressão
Condenado a 38 anos de prisão, Cristian chegou a cumprir parte da pena no regime aberto – quando a Justiça permite que o restante da pena seja cumprido fora da prisão, mas com acompanhamentos. Mas perdeu o benefício em 2017, meses depois de sair, quando foi preso após se envolver em uma confusão em um bar em Sorocaba.
Na época, PMs que atenderam a ocorrência declararam que o réu chegou a oferecer dinheiro para não ser preso e não perder o benefício. Ele foi condenado pela tentativa de suborno e com isso voltou ao regime fechado.
Em outubro de 2021, a defesa de Cristian pediu a contagem dos dias de remissão de pena por trabalho e conseguiu na Justiça a redução em 149 dias na pena total de 41 anos e 10 meses por trabalhos prestados na prisão.
Segundo o g1 apurou, de 14 de abril de 2018 a 31 de março de 2021, ele trabalhou 447 dias na unidade. Com isso, a defesa entrou com o pedido, que leva em conta a diminuição de um dia na sentença a cada três trabalhados. Cravinhos cumpre pena desde 8 de novembro de 2002.
Além disso, segundo os registros, de 2006 a 2021 ele participou de atividades na penitenciária. Entre elas estão o apoio na faxina, manutenção, jardinagem, manuseio de estabulo, na copa, costureiro, ajudante geral e oficina de reforma de carteiras escolares.
Com isso, ele também passou a ser apto para o regime semiaberto, que foi concedido pela justiça.