Por G1 Vale do Paraíba e Região


ITA desenvolve projeto para identificar coronavírus no ar

ITA desenvolve projeto para identificar coronavírus no ar

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com sede em São José dos Campos (SP), está desenvolvendo um equipamento capaz de identificar a presença do coronavírus no ar. A intenção dos idealizadores é que, por meio deste aparelho, seja possível monitorar as áreas com grande circulação de pessoas e, consequentemente, indicar possíveis riscos de contaminação do vírus nestes espaços.

O protótipo ainda está em construção e a expectativa é que ele fique pronto dentro de sete semanas. Os R$ 250 mil para desenvolvimento foram destinados a partir de uma ação trabalhista para o ITA, por meio da Fundação Casimiro Montenegro Filho

De acordo com o reitor do ITA, Dr. Anderson Ribeiro Correia, a tecnologia foi adaptada de outro equipamento desenvolvido pela instituição.

"Já temos um equipamento semelhante que monitora nuvens radiológicas. Ele detecta no ambiente se há alguma radiação. Os nossos técnicos bolaram uma ideia semelhante de fazer algo que detecte os vírus do coronavírus. Ele poderia ser colocado em uma sala de aula, num shopping center. Ele fica recebendo as partículas do ar, esse produto é enviado ao hospital A.C. Camargo, em São Paulo, que é nosso parceiro. Rapidamente, ele detecta se tem o coronavírus e a gente tem a visão se aquele ambiente tem ou não a presença do vírus", disse o reitor.

O reitor explica que a medição do equipamento é feita de forma precisa em uma área de 50 metros quadrados. Em uma sala de cinema que tenha 100 metros quadrados, seriam necessários dois equipamentos. De acordo com Anderson Ribeiro Correia, em ambientes abertos, como um estádio de futebol, o equipamento poderia estar acoplado a um drone e ficaria sobrevoando a área.

"Uma vez detectado [o vírus no ar], a autoridade decisória pode tomar uma outra decisão em relação a autorização ou não aquele evento", comentou.

"Estamos fazendo em tempo recorde. Essa unidade vai ser entregue em sete semanas. A partir disso, as autoridades competentes liberarem para uso público e tiver alguma empresa associada, já pode começar a ser fabricado já. Eu diria que, no segundo semestre, com todas essas restrições, a sociedade já poderia ter, evidentemente com mais recursos disponibilizado", acrescentou Anderson Correia.

O trabalho será desenvolvido pelos pesquisadores do Laboratório de Bioengenharia do ITA, em parceria com o Laboratório de Genômica Médica do Hospital A. C. Camargo Cancer Center e com o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) da Força Aérea Brasileira.

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