Com ajuda de funcionários, pizzaria atingida por incêndio é reconstruída em Jundiaí: 'Fênix que renasceu das cinzas'

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O fogo começou no interior da pizzaria e, em menos de 15 minutos, o local estava destruído. Ao g1, o dono do estabelecimento, Matheus Miranda de Souza, disse que precisou ser forte e não demonstrar fraqueza para os funcionários.

"Quando eu vi a minha equipe chegando para trabalhar, e aquele desespero, as pessoas chorando, eu tive que ser forte para dar sustentação, ao menos psicológica, para toda a equipe. A minha esposa não estava presente naquele momento, ela estava em viagem pela Europa, e eu, sozinho, tive que sustentar isso e não podia demonstrar fraqueza", conta.

No total, as obras de reconstrução levaram oito meses para serem finalizadas. "Mas, para nós que estávamos em um período de estresse, pareceu uma eternidade", diz.

O proprietário conta que foi preciso demitir todos os funcionários do estabelecimento. Porém, mesmo com o ocorrido, eles se mobilizaram e ajudaram nas obras, com a premissa de que voltariam assim que estivesse tudo concluído.

"Os meus funcionários ajudaram na reconstrução. Todos colocaram a mão na massa, ajudaram na limpeza, no processo de recuperação de algum material que pudesse ser utilizado ainda, que foi bem pouco", explica Matheus.

A ajuda dos antigos funcionários e de toda a comunidade, que se mobilizaram para fazer doações, deram forças para que eles continuassem, destaca o empresário. "Tudo foi sem custo nenhum, foi doação da mão de obra e do carinho da comunidade e dos nossos funcionários", lembra.

"Eu tinha plena convicção que daria certo, porque nós já tínhamos uma tradição de 37 anos no segmento de restaurantes aqui na cidade. Nossa casa é muito conhecida e muito querida, e deu para perceber isso durante a evolução do processo da reconstrução", pontua.

Após oito meses, a pizzaria foi reconstruída. O restaurante agora se chama Fênix, em alusão ao mito grego de uma ave mitológica que renasce das próprias cinzas.

"A ideia da fênix veio de uma amiga muito importante para nós. Ela deu a ideia de fazer a fênix, que é aquela ave da mitologia que renasceu das cinzas. Ela pintou um quadro que está exposto no caixa da pizzaria. É uma ave muito, muito bonita", diz.

"Graças a Deus a pizzaria retomou com força total, porque nós já tínhamos um público bastante fiel. O nosso público é muito justo e correto com a gente, como nós sempre procuramos ser com eles. Mesmo antes da reinauguração, já estava tendo um movimento", conta.

Conforme relato do proprietário, um altar com imagens de santos que ficava na pizzaria foi encontrado intacto após o incêndio. Fotos registradas instantes após o fogo ser controlado mostram duas imagens de Nossa Senhora Aparecida, uma de Nossa Senhora das Graças, um crucifixo e um quadro de São Bento com a medalha.

No registro, também é possível ver que o móvel onde ficavam as imagens sofreu poucos danos, mesmo tendo sido atingido por vários objetos, incluindo partes do telhado.

Mateus explica que a pizzaria foi construída em uma antiga fazenda, que pertencia a uma família italiana. Naquela época, continua ele, existia o costume de construir altares religiosos nos quintais das residências.

"Essa casa tradicional nossa, a primeira, era a sede de uma fazenda. E toda fazenda antiga, de famílias italianas, tinha sempre uma capelinha lá no quintal ou no jardim", explica.

Enquanto ele ampliava o estabelecimento na época, a estrutura acabou chegando próximo à capela. Foi quando ele decidiu não demolir e continuar a construção ao redor.

"Enquanto ampliávamos a pizzaria, os aumentos que estavam sendo feitos chegaram próximo da capela. Não demolimos a capela e passamos o telhado em cima. No fim, foi reconstruída a parte nova do antigo salão, com a capela dentro", diz.

Agora, uma nova capela foi reconstruída dentro do estabelecimento, posicionada no meio do salão do local. Segundo Mateus, apesar das imagens e objetos terem ficado intactos após o incêndio, todos eles foram restaurados.

"Fizeram um trabalho excepcional. Restauraram todas as imagens, inclusive o mobiliário da capela", conta.

*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins e Matheus Arruda

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